Aécio Neves: "CPI da Petrobras proposta pela oposição (restrita a suspeitas envolvendo a estatal) não foi invenção para desgastar o governo ou a presidente da República", afirmou (Orlando Brito / PSDB)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2014 às 21h45.
São Paulo, 10 - O provável pré-candidato do PSDB à Presidência da República Aécio Neves voltou a criticar a atitude da base governista com relação à CPI da Petrobras. "A base do governo não quer investigar absolutamente nada", disse em entrevista à TV Gazeta, referindo-se à proposta ampla de comissão para investigar também irregularidades no metrô de São Paulo e no Porto de Suape (PE).
O ex-governador de Minas chegou a dizer que é favorável a que se investigue as demais irregularidades apontadas pela base do governo, mas em CPIs separadas. "A CPI da Petrobras proposta pela oposição (restrita a suspeitas envolvendo a estatal) não foi invenção para desgastar o governo ou a presidente da República", afirmou Aécio, argumentando a importância de se apurar as denúncias sobre a compra da refinaria de Pasadena, pagamento de propina a funcionários da companhia holandesa SBM e investimento na Refinaria Abreu e Lima.
Lula
Questionado sobre a fala do ex-presidente Lula, em entrevista a blogueiros, dizendo que o PT deveria "ir pra cima" com relação às acusações envolvendo a estatal, Aécio disse que foi a administração do próprio Lula que "deu todas as contribuições para que houvesse esse sentimento negativo em relação à Petrobras, inclusive no mercado". Aécio afirmou que o aparelhamento promovido desde a gestão Lula é "a pior herança que o PT vai nos deixar" e que Lula não abandonou o papel de tutor do governo Dilma. "Ele jamais abdicou dessa condição, faz bem a ele pessoalmente, ao seu ego".
Dilma
Aécio repetiu que, em sua avaliação, a presidente Dilma Rousseff "é uma mulher de bem, não é uma mulher desonesta", mas criticou seu papel como governante: "Infelizmente não estava preparada para governar o Brasil". O tucano reforçou as críticas ao crescimento baixo da economia, inflação em alta e à credibilidade da política econômica, durante o governo Dilma. Ele repetiu também a mensagem de que não se importa se o adversário petista nas urnas será Dilma ou Lula: "É uma questão interna que o PT vai resolver a seu tempo".
Vice
Questionado sobre a possibilidade de uma mulher integrar sua chapa à Presidência, Aécio respondeu apenas: "Existem vários companheiros que gostam da ideia, eu particularmente também gosto". Mas ressalvou que será uma decisão coletiva do PSDB. Mais cedo, Aécio esteve em uma feira de tecnologia em reabilitação em São Paulo, acompanhado pela deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), defensora das pessoas com deficiência e cotada para a vaga de vice na chapa tucana.