Ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco na CPI em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2015 às 21h04.
Após ter reafirmado que recebeu quase US$ 100 milhões de pagamento de propinas entre 1997 e 2013, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco disse, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, que já está contribuindo com a Justiça para que o dinheiro “seja repatriado”.
“Encaminhei todos os extratos, e esse dinheiro será repatriado”, afirmou Barusco aos deputados. Ele disse que amealhou US$ 97 milhões no período em análise. Do total, cerca de US$ 70 milhões eram efetivamente de propinas, e o restante, US$ 27 milhões, de rendimentos financeiros.
A quase totalidade do dinheiro foi recebida no exterior, em contas espalhadas nos bancos HS Republic, HSBC, Safra, Cramer (da Suíça), Royal Bank of Canada e Delta. Ele afirmou ainda que os bancos sabiam que a origem do dinheiro era ilícita.
A sessão da CPI para colher o depoimento de Barusco durou mais de seis horas. Ele reafirmou que o pagamento de propina começou em 1997, ainda no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Evitou, porém, detalhar como ocorria o pagamento de propina no período. Durante a oitiva, Barusco disse ainda estimar que o volume de dinheiro movimentado por João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, foi de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões.