Petrobras: o ex-gerente da estatal, Pedro Barusco, deve ser ouvido na próxima terça-feira (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2015 às 18h59.
Brasília - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras aprovou nesta manhã 43 requerimentos, entre eles a convocação dos ex-presidentes da Petrobras Graça Foster e José Sérgio Gabrielli.
O primeiro a ser chamado será o ex-gerente da estatal, Pedro Barusco, que deve ser ouvido na próxima terça-feira, 10.
Apesar da ponderação de alguns parlamentares sobre a contratação de consultoria estrangeira, também foi aprovado a colaboração da Kroll, uma das maiores empresas de auditoria e investigação mundial, que já atuou em casos como o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, para colaborar com a CPI.
O deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) questionou a sugestão do presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), de contratar a Kroll. Edmilson lembrou que a Kroll já havia sido condenada pela Justiça brasileira.
Sub-relatorias
O relator da CPI da Petrobras, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), questionou a criação de quatro subrelatorias na sessão desta manhã e a possibilidade de elas chegaram a oito.
Para o petista, que se disse surpreendido com a decisão do presidente do comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), o excesso de sub-relatores pode atrapalhar o resultado do relatório final.
"Minha avó dizia em que bolo que muita gente mexe acaba solado. Aqui vamos ter muita gente mexendo essa massa. Se no final sair um bolo solado, a culpa não pode ser só minha. Evidentemente que isso cria uma dificuldade", reclamou.
A possibilidade de que haja oito subrelatorias, segundo o deputado, torna as condições mais difíceis para o relator.
"Ainda não tenho noção do tamanho da carga e as pessoas já resolveram partilhar esse carregamento. Isso traz preocupação por causa da pulverização. Coordenar isso é extremamente difícil", acrescentou.
Hoje foram criadas quatro subrelatorias na CPI.
A primeira vai investigar superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias no Brasil e ficará sob responsabilidade do deputado Altineu Côrtes (PR-RJ); a segunda vai focar na constituição de empresas subsidiárias e sociedades com o fim de praticar atos ilícitos, sob comando de Bruno Covas (PSDB-SP); a terceira, o superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e navios-sonda, sob responsabilidade de Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP); e a última vai apurar irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras na África e será comandada por André Moura (PSC-SE).
O petista sugeriu hoje a criação de duas subrelatorias para ajudar na coordenação de seu trabalho como relator.
Outras duas foram sugeridas hoje pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG) e estão relacionadas à criação de normas de prevenção à corrupção na Petrobras e acompanhamento de obras em refinarias e plataformas. Luiz Sérgio disse que as sugestões do pessebista não atrapalham porque se trata de sugestão para o futuro da estatal.
Ele insinuou que deve aceitar o pedido de Delgado.
Foster e Gabrielli
Entre os 43 requerimentos aprovados em bloco está a convocação, além dos ex-presidentes da estatal Graça Foster e José Sérgio Gabrielli, do doleiro Alberto Youssef e dos ex-diretores Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada, Renato Duque, João Adalberto Elek Júnior e Nestor Cerveró. Ao total foram 12 convocações aprovadas.
A lista de convocação inclui Júlio Faerman (SBM Offshore), Luiz Eduardo Carneiro (Sete Brasil) e Glauco Legatti (refinaria Abreu e Lima). Segundo o relator, também será chamada à CPI a presidente da Agência Nacional do Petróleo, Magda Chambriard.