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Barroso determina arquivamento de inquérito da Odebrecht contra Ferraço

Inquérito investigava a suspeita de que o senador teria sido favorecido com um repasse via caixa 2 de R$ 400 mil à sua campanha ao Senado Federal

Ricardo Ferraço: acusado disse que sempre acreditou que a "Justiça seria feita" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ricardo Ferraço: acusado disse que sempre acreditou que a "Justiça seria feita" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de junho de 2018 às 11h57.

Brasília - O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o arquivamento de um inquérito instaurado com base na delação da Odebrecht contra o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES).

O inquérito investigava a suspeita de que o senador teria sido favorecido com um repasse via caixa 2 de R$ 400 mil à sua campanha ao Senado Federal em 2010.

O inquérito foi instaurado em 4 de abril de 2017. Em sua decisão, Barroso apontou que, esgotado o prazo para a conclusão das investigações, o Ministério Público, "ciente de que deveria apresentar manifestação conclusiva, limitou-se a requerer a remessa dos autos ao Juízo que considera competente", no caso o Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Espírito Santo.

"Não é portanto razoável que, tendo se encerrado o prazo para a conclusão das investigações, sejam agora os autos baixados para a nova apreciação dos fatos, o que obrigaria o investigado suportar, indefinidamente, o ônus de figurar como objeto de investigação, impondo-se, assim, o arquivamento dos autos", concluiu Barroso.

"A investigação se iniciou há mais de um ano. O investigado se mostrou, a todo tempo, extremamente colaborativo. Vencido o prazo para a conclusão do inquérito e suas sucessivas prorrogações, o Ministério Público entende não haver nos autos elementos suficientes à instauração da instância, na medida em que, até o momento, não ofereceu denúncia", observou o ministro.

Justiça feita

Procurado pela reportagem, Ferraço disse que sempre acreditou que a "Justiça seria feita". "Eu sempre acreditei na minha inocência. Eu fui envolvido numa delação irresponsável, inconsequente, que nunca dialogou com a vida real, nem com os fatos. Foram muitos meses de um profundo sofrimento pessoal em ver o nome da gente, a imagem da gente exposta da forma mais violenta possível e graças a Deus esse processo chega ao fim com o STF determinando o arquivamento. Sempre acreditei que a Justiça seria feita", disse o senador à reportagem.

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