Wadih Damous: "a sociedade tem o direito de saber se o presidente praticou esses atos, não podemos impedir que a sociedade participe desse julgamento" (Maryanna Oliveira/Agência Câmara)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de julho de 2017 às 12h48.
Brasília - O deputado Wadih Damous (PT-RJ) considera que a defesa de Michel Temer não conseguiu "desconstruir" a denúncia contra o presidente da República.
O parlamentar defendeu que os deputados devem aprovar a admissibilidade do processo para averiguar se o peemedebista cometeu crime de corrupção passiva.
"A sociedade tem o direito de saber se o presidente praticou esses atos, não podemos impedir que a sociedade participe desse julgamento. Se desautorizarmos o Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar essa denúncia, se matarmos essa denúncia aqui, estaremos virando as costas para o povo brasileiro", considerou o petista.
Para Damous, os fatos apresentados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na denúncia são "incontroversos". "Nós não estamos aqui julgando Michel Temer, não estamos aqui fazendo juízo de mérito, o juízo de admissibilidade é autorizativo e não de mérito", disse.
Damous admitiu que o juízo da Câmara é político, mas ressaltou que os deputados não estão afastados da obrigação de examinar juridicamente a consistência da denúncia. "A prova gravação foi obtida mediante tortura? Não", avaliou.
Já o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), aliado de Temer, rebateu que o áudio gravado por Joesley Batista com o presidente "é ilegal e imprestável". Ele classificou o relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) pela admissibilidade da denúncia como "nefasto", "frágil" e "sem provas". Ele pediu que os colegas "reflitam antes de respaldar uma insanidade".
Marun acusou a oposição de se unir a "oportunistas" para "condenar um homem sem provas". "Não conseguiram provas porque não puderam. Diante da impossibilidade de produzir provas, produziram dúvidas", declarou Marun. Ele disse ainda que a oposição tem um "desejo de vingança" contra Temer por conta do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.