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Barbosa critica partidos e quer participação popular direta

Para presidente do STF, partidos estão "desgastados" e "sem credibilidade", enquanto povo está pronto para ser ouvido nas questões nacionais


	“A sociedade brasileira está ansiosa por se ver livre, pelo menos parcialmente, dos grilhões partidários que pesam sobre seus ombros. E isso é muito salutar”, disse o ministro
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

“A sociedade brasileira está ansiosa por se ver livre, pelo menos parcialmente, dos grilhões partidários que pesam sobre seus ombros. E isso é muito salutar”, disse o ministro (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2013 às 19h40.

Brasília – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, criticou hoje (25) os partidos brasileiros e defendeu a participação popular direta nas principais decisões do país. Para ele, os partidos estão "desgastados" e "sem credibilidade", enquanto o povo está pronto para ser ouvido nas questões nacionais, como a necessidade de reforma política.

“A sociedade brasileira está ansiosa por se ver livre, pelo menos parcialmente, dos grilhões partidários que pesam sobre seus ombros. E isso é muito salutar”, disse o ministro. Barbosa falou com jornalistas nesta tarde, no plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), após conversar com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto sobre os protestos recentes que tomaram o país.

Para o presidente do STF, o país vive uma grave crise de representatividade política e, embora não defenda a eliminação de partidos, apoia menor dependência das legendas para discutir os temas nacionais. “Temos que ter é consciência muito clara de que há necessidade de incluir o povo nas discussões sobre reformas. O Brasil está cansado de reformas de cúpula.”

Barbosa disse que não conversou com a presidenta sobre a legalidade da convocação de Assembleia Constituinte específica para discutir a reforma política. Ele ressaltou, porém, que essa reforma só seria possível por meio de emendas à Constituição, e não apenas por projetos de lei, e disse que tem dúvidas sobre a eficácia deste método.

“Essas emendas já não tramitam no Congresso há anos? Houve, em algum momento, demonstração de vontade política de levar adiante essas reformas?”, questionou. Ao falar sobre o que seria o método ideal para promover as reformas, o ministro disse que as pessoas que pensam no país “não devem se desviar e perder tempo com discussões que só levam à dispersão”.

Barbosa ainda revelou propostas que defendeu durante a conversa com a presidenta Dilma Rousseff, como o voto direto nos candidatos, sem intermédio de legendas, a realização de recall eleitoral para descartar políticos que não agradaram a seus eleitores durante o mandato e o voto distrital puro, em um ou dois turnos qualificados.

O ministro também classificou de "excrescência" a existência de parlamentares suplentes, pois acredita que o modelo não permite ao eleitor saber quem realmente elegeu.

No campo do Judiciário, defendeu a eliminação da dependência política para progressão funcional de cargos e o fim da influência política na promoção por merecimento, além da alteração na composição dos tribunais eleitorais. No modelo atual, quase um terço dos tribunais é integrado por advogados que continuam exercendo suas atividades quando não estão nas cortes.

Joaquim Barbosa frisou que todas essas opiniões são individuais e não representam o posicionamento dos integrantes do STF.

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