Manifestantes com bandeira do Brasil em ator a favor de Sergio Moro na cidade de São Paulo, no domingo (30) (Rahel Patrasso/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de julho de 2019 às 06h35.
Última atualização em 1 de julho de 2019 às 07h20.
Sorocaba — Bolsonaristas retiraram uma bandeira da monarquia afixada por membros do movimento monarquista, durante manifestação em defesa da Lava Jato e do juiz Sérgio Moro, na tarde deste domingo, 30, em Sorocaba, interior de São Paulo. Integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) alegaram que o tema estava fora da pauta e pediram que a bandeira, de grande porte, fosse retirada do local do evento, no Parque Campolim.
Como houve relutância, o deputado estadual Danilo Balas (PSL), ex-delegado federal e bolsonarista, ajudou a retirar o pavilhão. "Há uma briga dos movimentos e nossa bandeira foi tirada sob protesto, pois estamos lutando pela mesma causa deles", disse Michael Souza, do Movimento Monarquista Sorocaba.
O ato, organizado pelo MBL, Direita Sorocaba e Vem Pra Rua, reuniu 600 pessoas, segundo contagem da Polícia Militar, e foi menor que as manifestações anteriores. A defesa do ex-juiz ficou em segundo plano, pois as principais manifestações foram em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). "A grande mídia, inclusive o Estadão, está fazendo de tudo para derrubar o Bolsonaro. Essa campanha de vocês (Estadão) pode trazer de volta a bandidagem para o governo", disse o engenheiro Rogério Gonçalves.
Italo Moreira, do Movimento Brasil Livre, lembrou que a eleição do presidente livrou o Brasil da "ideologia do PT".
Alguns manifestantes carregavam uma réplica de caixão de defunto com foto de Lula preso. "Não tem nada a ver isso hoje", advertiu o representante comercial Devanir Corrado Basso, de 67 anos. "Estamos aqui para defender o Brasil, a aprovação da reforma da Previdência e o futuro", afirmou. O empresário Gilmar Campos, de 68 anos, usando camisa amarela, foi um dos poucos a fazerem a defesa de Moro. "Ele é um exemplo para o Brasil e merece o nosso apoio".
Houve manifestações a favor de Moro em outras cidades de maior porte do interior. Embora a Polícia Militar não tenha contabilizado os números, na maioria das cidades o público ficou aquém do registrado em manifestações anteriores a favor ou contra Bolsonaro.
Em Campinas, os manifestantes se concentraram na Avenida Norte-Sul, na região dos bairros Cambuí e Nova Campinas, região de classe média. Famílias inteiras foram vestidas de verde e amarelo. Muitas levaram bandeiras do Brasil. Além do ministro Moro, houve discursos de apoio à Lava Jato.
Em São José do Rio Preto, manifestantes se reuniram em frente à prefeitura e usaram um carro de som para discursar a favor do pacote anticrime do ministro Moro. Os organizadores e a Polícia Militar não divulgaram o número de participantes.
Uma faixa com os dizeres "Somos todos Moro" foi carregada durante passeata em Ribeirão Preto, durante ato organizado pelos movimentos Vem Pra Rua, Brasil Limpo e Brasil Livre. Os manifestantes saíram em caminhada pela Avenida Nove de Julho. Em Santos, um grupo se reuniu, às 14 horas, na Praça da Independência, usando roupas verde e amarela. O trânsito foi bloqueado nas ruas do entorno.
Houve manifestação também em Piracicaba, onde o público se concentrou na Praça José Bonifácio e saiu em passeata pelas ruas do entorno. O ato durou pouco mais de uma hora. Em Jundiaí, os manifestantes se reuniram na Praça 9 de Julho e houve discursos. O ato terminou com caminhada de pelo centro.
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, usou seu Twitter para agradecer o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PSL), neste domingo 30, dia de manifestações em defesa da Lava Jato. "Sou grato ao PR @jairbolsonaro e a todos que apoiam e confiam em nosso trabalho. Hackers, criminosos ou editores maliciosos não alterarão essas verdades fundamentais. Avançaremos com o Congresso, com as instituições e com o seu apoio", disse Moro.
"Eu vejo, eu ouço, eu agradeço. Sempre agi com correção como juiz e agora como Ministro. Aceitei o convite para o MJSP para consolidar os avanços anticorrupção e combater o crime organizado e os crimes violentos. Essa é a missão. Muito a fazer", completou.