EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2013 às 18h40.
São Paulo – Após encerrarem a greve, os bancários voltaram hoje (14) ao trabalho na capital paulista. Em algumas agências da Avenida Paulista, região central, o movimento foi intenso e clientes enfrentaram filas.
O mensageiro Thiago Moraes Santos, 18 anos, contou que ainda não tinha conseguido sacar o benefício do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “Não tenho prazo para retirar o valor, mas é que eu preciso realmente do dinheiro. Tentarei voltar amanhã, porque hoje não consegui devido às filas que estão grandes”.
A analista contábil Eliane Cristina Gonçalves Juliani, 42 anos, foi ao banco para fazer saques no caixa eletrônico e pagar contas. “Na semana passada, precisei fazer uma retirada e os caixas estavam sem dinheiro”. A auxiliar de limpeza, Cilene da Silva, e o marido foram à Caixa Econômica Federal para retirar o auxílio-doença, que deveria ter sido pago no último dia 4. “Hoje viemos e não conseguimos novamente, pois o sistema está fora do ar. Não sabemos nem se vamos conseguir receber esse dinheiro”.
Seguindo a orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Confederação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a maioria da categoria aceitou na última sexta-feira (11) proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), assim como acordos específicos com o Banco do Brasil e a Caixa. Com isso, a greve foi encerrada na maior parte do país, depois de 23 dias de duração. Apesar de grande parte dos bancários ter voltado ao trabalho, alguns ainda farão assembleias hoje para decidir se encerram a paralisação.
No Acre, os bancários aceitaram a proposta dos bancos privados, Banco do Brasil e Caixa, porém rejeitaram a do Banco do Amazonas, o único que permanece em greve. Em Blumenau (RS), os trabalhadores aceitaram hoje a proposta. Já os bancários de Brasília, de Porto Alegre, do Pará, de Guarulhos (SP), de Santa Maria (RS) e Pelotas (RS) fazem assembleias até o final do dia.
Para compensar os dias parados, os bancários vão trabalhar uma hora a mais por dia, de segunda a sexta-feira, até 15 de dezembro, a partir da assinatura do acordo.
A proposta aprovada eleva para 8% (com aumento real de 1,82%) o índice de reajuste salarial. Também foi aceita a oferta de reajuste de 8,5% do piso salarial (ganho real de 2,29%) e de 10% no valor fixo da regra básica e sobre o teto da parcela individual da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O lucro líquido a ser distribuído linearmente na parcela adicional da PLR subiu de 2% para 2,2%.
Conforme a proposta, os bancos não poderão enviar mensagens (SMS) aos funcionários cobrando resultados, abono-assiduidade de um dia por ano, constituição de grupo de trabalho com especialistas para apurar as causas dos adoecimentos dos bancários e adesão ao Programa Vale-Cultura do governo federal, que prevê R$ 50 por mês para o trabalhador gastar com atividades culturais.