Eduardo Cunha: deputado foi reconduzido a mais um ano à frente da bancada (Agencia Camara)
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2013 às 19h34.
Brasília - Em reunião fechada integrantes da bancada do PMDB protestaram nesta quarta-feira contra a condução por parte da cúpula do partido na discussão da disputa eleitoral do próximo ano. No encontro, o atual líder, deputado Eduardo Cunha (RJ), foi reconduzido a mais um ano à frente da bancada e ficou com o encargo de levar o descontentamento dos deputados à cúpula da legenda.
"Houve muita queixa na reunião contra a cúpula que não nos convida a participar da condução do processo eleitoral do próximo ano. A cúpula fica falando em alianças nos Estados sem ouvir os deputados", disse vice-líder do PMDB, Lúcio Vieira Lima (BA). "Essa discussão eleitoral não pode se restringir à cúpula, tem que se democratizar o debate, criar fóruns para discutir isso", afirmou o também vice-líder, Danilo Fortes (CE).
As queixas ocorrem quatro dias depois de a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do PT, Rui Falcão, se encontrarem em Brasília para discutir as alianças nos Estados com caciques do PMDB. No encontro, do lado do PMDB, estiveram o vice-presidente da República, Michel Temer, o presidente do partido, senador Valdir Raupp (RO), e o presidente do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (AL) e Henrique Eduardo Alves (RN).
Além do pedido de "democratização do debate", integrantes da bancada do PMDB também se posicionaram contra qualquer mudança no tamanho dos espaços no governo na reforma ministerial prevista para o início do próximo ano. Atualmente, a bancada é detentora das indicações dos ministros do Turismo, Gastão Vieira, e da Agricultura, Antônio Andrade. O receio dos deputados se deve à negociações feitas em torno do nome do senador Vital do Rego (PMDB-PB), indicado pelos senadores do partido para ocupar uma vaga no Ministério de Integração, que foi desocupado pelo PSB após o governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, romper com o governo.
Nos bastidores do Congresso, o comentário é que a cessão do ministério ao PMDB ocorreria somente se houvesse a troca por Turismo ou Agricultura, que em contrapartida iria para outra legenda. "Não vamos aceitar diminuição do espaço da bancada na reforma ministerial. Ninguém da bancada aceita perder espaço do Gastão e do Antônio Andrade", afirmou Danilo Fortes.