(Fundo de Investimento Direto Russo/Divulgação/Reuters)
Carolina Riveira
Publicado em 10 de setembro de 2020 às 17h18.
Última atualização em 10 de setembro de 2020 às 20h26.
O governo da Bahia assinou um protocolo de confidencialidade, na terça-feira, 8, para participar da fase 3 de testes da vacina russa contra a covid-19. Este é o primeiro passo para abrir caminho com o objetivo de ter acesso às doses do imunizante e uma eventual produção local. O governo do Paraná também tem um acordo com o instituto russo Gamaleya.
De acordo com o governador Rui Costa (PT), o estado deverá receber 500 doses para testes, assim que obtiver autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A expectativa é que a testagem comece em outubro e seja feita dentro do estado.
“Assinamos um protocolo mais formal e com garantias para ambas as partes e que foi enviado para a Embaixada da Rússia. Nossa expectativa é que em breve possamos receber as 500 doses da vacina. Serão 250 doses da vacina e mais 250 de placebos. Iremos aplicar essas 500 doses para participar dessa linha de pesquisa da vacina russa", disse o governador em entrevista à Agência de Notícia oficial do governo da Bahia.
Segundo o secretário da Saúde, Fábio Vilas-Boas, as conversas estão adiantadas e o protocolo também permite que, caso os resultados sejam positivos, o estado possa comercializar a vacina. A previsão é que isso seja realizado por meio da Bahiafarma, a fundação estadual de tecnologia e distribuição de medicamentos.
Na semana passada, os primeiros resultados da vacina foram divulgados na prestigiada revista científica The Lancet. Segundo o estudo, a chamada Sputnik V foi capaz de induzir resposta imune nos voluntários e se mostrou segura nos testes de fase 1 e 2.
Os testes foram feitos de forma randomizada com 76 pessoas em hospitais russos, com idades de 18 a 60 anos, que praticaram o distanciamento social a partir do momento que se voluntariaram para os testes e ficaram no hospital por até 28 dias.
A vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo instituto russo Gamaleya pode começar a ser aplicada na população já nos primeiros meses de 2021, segundo o presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).
O Paraná tem um grande acordo para o início de testagem da fase 3, importação e produção da vacina russa no Brasil. Ainda não há um número exato de quantas doses estariam disponíveis nesta primeira etapa, mas sabe-se que neste momento elas serão importadas.