Bacha: classe média não precisa ser atendida pelo SUS
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2010 às 16h54.
São Paulo - "A prioridade do próximo governo é colocar os juros no lugar." A afirmação é do sócio-fundador do Instituto de Estudos de Política Econômica Casa das Garças e consultor sênior do Banco Itaú BBA, Edmar Bacha.
O economista diz que, "16 anos depois do Plano Real, a gente continua com a estabilidade incompleta". Na visão dele, há dois fenômenos ligados ao passado que prejudicam o Brasil: a hiperinflação, que "ainda amedronta os brasileiros", e os inúmeros calotes nas dívidas externa e interna.
"O passado não nos habilita a ter dívida pública elevada", afirma o economista conhecido como "pai" do Plano Real. "Para diminuir os juros, é preciso uma redução rápida da dívida por meio de um teto muito restrito à expansão dos gastos correntes do governo." Além disso, ele defende uma meta inflacionária de 3% até 2020, com margem de tolerância de um ponto percentual para cima e para baixo.
Edmar Bacha, Ph.D. em economia pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, é o segundo entrevistado da série do site EXAME "Os desafios econômicos do próximo governo".
Outros temas abordados na entrevista: a perda de "poder de fogo" da política monetária do Banco Central, o polêmico "inchaço" do BNDES, o termo "Belíndia", cunhado por ele em 1974, o Bolsa Família, os gastos com Educação, Saúde e Previdência, a utilização do SUS pela classe média, a elevada carga tributária, o câmbio valorizado, a desindustrialização e a recuperação da economia mundial.
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Veja também a entrevista com o economista Alexandre Schwartsman