Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2016 às 17h59.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h01.
O juiz federal Sergio Moro deu novo passo na ação penal da Operação Lava-Jato que envolve o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. A intimação para que o ex-deputado preste esclarecimentos foi despachada para oficial de Justiça no Rio de Janeiro. Assim que Cunha for localizado, passa a contar o prazo de 10 dias para que apresente defesa.
O enredo está dado. A peça de defesa deve ser bastante parecida com a estratégia usada por Cunha e seus advogados para tentar salvar seu mandato na Câmara. Muito provável que repita que não é proprietário de contas, mas beneficiário de trusts no exterior. Para as autoridades, porém, o ex-deputado usou as contas para lavar dinheiro proveniente de propinas concedidas após influência em contratos firmados pela Petrobras para exploração de petróleo na África.
A história nunca foi bem explicada pela defesa. Corroboram a tese da acusação uma série de cópias de seus documentos usados para a abertura de contas na Europa, revelados em outubro de 2015 pela TV Globo. Os comprovantes foram enviados pelo Ministério Público da Suíça e integram relatório que hoje está nas mãos de Moro.
As provas são fortes e agora se juntam aos indícios contra a esposa do réu, Cláudia Cruz. Ela responde por lavagem de dinheiro e evasão de divisas, em que parte de valores — cerca de 1,5 milhão de dólares — estariam no balaio de propinas do marido. Em 10 dias, a família terá que provar a Moro e ao Brasil a história que não colou no Conselho de Ética da Câmara.