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Aumento na expectativa de vida reduz aposentadoria em até 0,97%

Homens e mulheres que entrarem com pedido de aposentadoria a partir deste mês terão que trabalhar dois meses a mais para manter o mesmo benefício

Aposentadoria: "O contribuinte deveria ter se aposentado em novembro para evitar a nova tabela", afirma diretor da Conde Consultoria (.)

Aposentadoria: "O contribuinte deveria ter se aposentado em novembro para evitar a nova tabela", afirma diretor da Conde Consultoria (.)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 21h14.

Rio de Janeiro - O aumento na expectativa de vida dos brasileiros levou a uma redução de até 0,97% na aposentadoria de homens e mulheres.

Os cálculos são do atuário especializado em previdência Newton Conde, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), com base nas Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil de 2015, divulgadas nesta quinta-feira, 1º,pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Homens e mulheres que entrarem com pedido de aposentadoria a partir deste mês terão que trabalhar, em média, dois meses a mais para manter o mesmo benefício a que tinham direito se tivessem se aposentado até o último dia de novembro.

"O contribuinte deveria ter se aposentado em novembro para evitar a nova tabela. Mas, se trabalhar até fevereiro, ele consegue o mesmo valor", calculou o atuário e diretor da Conde Consultoria.

Os homens conseguiram aumentar a expectativa de vida acima do ganho das mulheres em 2015, mas ainda vivem sete anos a menos do que elas.

A esperança de vida ao nascer no Brasil alcançou 75 anos, 5 meses e 26 dias, um aumento de 3 meses e 14 dias em relação a 2014 (75,2 anos).

Para a população masculina, o aumento foi de 3 meses e 22 dias: de 71,6 anos para 71,9 anos. Já para as mulheres, o ganho foi de 3 meses e 4 dias: de 78,8 anos para 79,1 anos.

O resultado equivale a uma diferença de 18 dias entre no avanço computado entre os gêneros.

Os dados são usados pelo Ministério da Previdência Social como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.

Um homem de 55 anos de idade e 35 anos de contribuição pelo salário teto do INSS (estimado em R$ 5.189,82), receberia R$ 3.605,83 mensais caso tivesse requisitado a aposentadoria até a última quarta-feira, dia 30 de novembro.

A partir de hoje, um contribuinte nas mesmas condições de idade e tempo de contribuição que der entrada no benefício receberá R$ 3.591,96, o equivalente a R$ 13,87 a menos, queda de 0,38%.

No caso de um trabalhador com 62 anos de idade e 38 anos de contribuição, a perda no benefício alcançará 0,97% com a entrada em vigor da nova tabela.

Já uma mulher de 50 anos de idade e outros 30 anos de contribuição pelo teto do INSS receberia de aposentadoria R$ 3.019,18 se o pedido tivesse sido feito até o último dia de novembro.

A partir de hoje, o benefício cai para R$ 2.999,19, o equivalente a R$ 19,99 a menos, queda de 0,66%. Na hipótese de uma trabalhadora de 62 anos de idade e 45 anos de contribuição, a perda no benefício teria atingido 0,97%.

Segundo Conde, embora haja atualmente uma corrida à aposentadoria de contribuintes que temem as mudanças anunciadas na Previdência, nem sempre é bom negócio antecipar o recebimento do benefício.

"Prefiro esperar um pouco e ter o benefício mais substancioso, que me sustente, do que correr para assegurar o benefício agora mas que não será suficiente para o meu sustento e me obrigará a trabalhar até o final da vida para complementar a renda", explicou o atuário.

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