São Paulo - O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirmou nesta quarta-feira, 13, que a decisão da companhia em solicitar um reajuste tarifário extraordinários (RTE) à Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) é explicada pela elevação do custo da energia nos últimos anos e a falta de chuvas nas regiões onde estão localizados os reservatórios que atendem São Paulo.
Os dois fatores não foram incorporados à previsão feita pela agência reguladora em 2012, quando foi estabelecida as condições da última revisão tarifária da Sabesp.
"Em 2012, no início do ciclo tarifário, as previsões sobre gastos da Sabesp com energia eram muito distintas do cenário que temos hoje. Há quatro anos havia cenário de energia elétrica que não se materializou", disse Kelman durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sabesp, instalada na Câmara Municipal de São Paulo desde o ano passado.
A energia corresponde a 13% do custo operacional da Sabesp.
"O segundo ponto foi que, em 2012, ninguém imaginava que teríamos a seca que temos agora. Ninguém imaginava que a água, nossa matéria-prima, fosse faltar. A produção de água é 30% menor do que a produção normal", complementou o executivo.
A Sabesp solicitou à Arsesp um reajuste extraordinário de 22,7%, mas a agência reguladora aprovou um reajuste de 15,24%. A diferença, segundo Kelman, é uma questão conceitual, e não uma diferença de base de cálculo entre a empresa e a Arsesp.
"Não pedimos 22,7% por capricho. A divergência é porque o desequilíbrio ocorreu desde 2013, quando o custo da energia já disparou e a Arsesp, não acatando nossa solicitação, decidiu que a defasagem entre o que era preciso para 2013 e 2014 não deveria ser cobrado na conta dos consumidores agora", disse o executivo.
"(Para a Arsesp), deveria esperar o fim do ciclo tarifário em 2017, e a partir de então incluir isso na conta de água dos consumidores", complementou Kelman.
O executivo também destacou que o pedido de revisão extraordinária não tem qualquer relação com a decisão de conceder benefícios aos consumidores que reduziram o consumo, tampouco tem relação com a multa praticada àqueles que consumiram mais do que um limite preestabelecido.
Arsesp
Kelman foi questionado pelo relator da CPI, vereador Nelo Rodolfo (PMDB), se o fato de a avaliação sobre a Sabesp ser feita pela Arsesp, vinculada ao governo estadual, não seria um problema. Kelman descartou a análise e ressaltou que o conceito de uma agência reguladora é que atue independente.
Rodolfo também afirmou que o relatório que está preparando vai solicitar que o contrato entre Sabesp e o município de São Paulo seja "atualizado". O relatório deve estar concluído na primeira quinzena de junho.
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1. Desafio líquido
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São Paulo - O Dia Mundial da Água, celebrado anualmente em 22 de março, é um marco para chamar a atenção da sociedade para a conservação deste recurso tão precioso e cada vez mais escasso. Veja a seguir 20 dados que mostram porque ainda faltam motivos para comemorar.
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2. 748 milhões
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2/18 (REUTERS/Sigit Pamungkas)
Ainda hoje, cerca de 748 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a uma fonte segura de água potável.
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3. 40%
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3/18 (Thinkstock)
O planeta pode enfrentar um déficit de 40% no abastecimento de água até 2030, se não melhorarmos drasticamente a gestão deste recurso precioso.
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4. 2.5 bilhões (ou quase 3 em cada 7 habitantes)
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4/18 (Valter Campanato/ABr)
Número de pessoas que não têm acesso ao saneamento básico adequado. Isso é quase 2/5 da população mundial. Mudar esse cenário é fundamental para promover a saúde e o desenvolvimento humano.
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5. 1,6 bilhão
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5/18 (Getty Images)
Quantidade de pessoas que vivem em regiões que sofrem com escassez absoluta de água pelo menos uma vez por ano. Até 2025, dois terços da população mundial pode ser afetada pelas condições críticas de água. Nessas regiões, mulheres e crianças são as mais afetadas.
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6. 6 quilômetros
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6/18 (Getty Images)
Essa é a distância que mulheres e meninas percorrem em média nas localidades rurais para buscar água nas regiões mais sedentas do mundo. E voltam carregando mais de 20 litros.
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7. 20 segundos
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7/18 (Zein Al-Rifai/AFP)
A cada 20 segundos, uma criança morre de doenças diarreicas, em grande parte evitáveis por meio de saneamento adequado, melhor higiene e acesso a água segura. Por ano, 1,5 milhão de crianças morrem do mesmo problema.
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8. 80%
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8/18 (Getty Images)
Porcentagem de doenças em países em desenvolvimento causadas por água não potável e saneamento precário, incluindo instalações de saneamento inadequadas
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9. 3,5 milhões
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9/18 (Getty Images)
Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à ausência de políticas de higiene, segundo a ONU. Mais pessoas morrem por conta de água contaminada e poluída do que de todas as formas de violência, inclusive guerras.
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10. 400%
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10/18 (Getty Images)
A demanda por água para a fabricação de bens de consumo deverá crescer 400 por cento até 2050 (em relação os índices de 2000).
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11. 20%
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11/18 (Luigi Mamprin)
As reservas subterrâneas têm diminuído. Estima-se que 20% delas são sobreexploradas, o que acarreta em deslizamentos de terras e intrusão de água salgada em áreas costeiras.
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12. 110 litros
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12/18 (REUTERS)
De acordo com a ONU, cada pessoa necessita de 110 litros de água por dia para atender suas necessidades de consumo e higiene. Em média, um americano consome 540 litros de água por dia. Na maioria dos países da Europa, o uso médio varia de 200 a 300 litros por pessoa, contra uma média de 15 litros em países como Moçambique.
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13. 1 bilhão
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13/18 (REUTERS/Rupak De Chowdhuri)
Um em cada sete habitantes do globo ainda defeca e urina ao ar livre. O hábito é comum entre metade da população da Índia, que carece de serviços adequados de saneamento. Em pleno século 21, tem mais gente com um celular no mundo do que com um banheiro em casa.
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14. 443 milhões de dias
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14/18 (Reuters)
É o tempo perdido de educação anual por conta de ausências na escola de crianças e jovens provocadas por doenças de veiculação hídrica.
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15. 2050
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15/18 (ChinaFotoPress/Getty Images)
Em 2050, estima-se que 2,3 bilhões de pessoas viverão em áreas sujeitas a estresse hídrico severo.
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16. 20%
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16/18 (Arquivo/Agência Brasil)
No total, a produção de energia é responsável por 15% de retirada de água do Planeta. Mas esse número está aumentando e, em 2035, o crescimento populacional, a urbanização e o aumento do consumo prometem empurrar o consumo de água para geração de energia até 20%, segundo a ONU.
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17. 70%
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17/18 (Getty Images)
A agricultura é a atividade que mais consome água, representando cerca de 70% da demanda mundial. Mas além de tornar a atividade mais eficiente no uso de água, é preciso reduzir o desperdício de alimentos - hoje, desperdiçamos nada menos do que um terço de tudo que se produz. É recurso precioso indo pro lixo.
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18. 8.835 desastres
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18/18 (Divulgação)
A água é o principal meio através do qual a mudança climática influencia os ecossistemas da Terra e, portanto, o modo de vida e o bem-estar das sociedades. De 1970 a 2012, 8.835 desastres naturais causaram cerca de 1,94 milhão de mortes e danos econômicos de 2,3 trilhões de dólares globalmente, quase um Brasil em PIB, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM).