Bombeiros trabalham para apagar o fogo que atingiu o Memorial da América Latina, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2013 às 11h02.
São Paulo - A prefeitura de São Paulo informou neste sábado que o auditório Simón Bolívar, do Memorial da América Latina, destruído nesta sexta-feira por um incêndio que deixou 16 feridos e afetou valiosas obras de arte, tinha sua licença de funcionamento vencida desde 1993.
Segundo a prefeitura, o alvará deveria ter sido renovado há vinte anos e por isso o anfiteatro projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer funcionava em situação 'irregular'.
O incêndio começou no interior do auditório na tarde de ontem por causas ainda não reveladas e foi controlado pelos bombeiros depois de mais de dez horas de trabalho.
Pelo menos 16 dos bombeiros que trabalharam na extinção das chamas ficaram feridos e dois deles continuam hospitalizados em estado grave.
Os responsáveis pelo Memorial, complexo cultural situado no bairro de Barra Funda, ainda não especificaram os danos sofridos pelas obras, mas segundo os bombeiros uma tapeçaria da artista Tomie Ohtake foi 'completamente danificada'.
A tapeçaria cobre uma das paredes curvas do auditório ao longo de 70 metros e tem cerca de 800 metros quadrados.
Ohtake, quem nasceu no Japão e adquiriu cidadania brasileira, completou 100 anos em 21 de novembro e ainda se mantém ativa.
Após ser informada sobre o incêndio, a artista plástica se disse disposta a reconstruir sua obra.
Entre outras obras, o anfiteatro também abrigava 'A Pomba', uma escultura de bronze de três metros do brasileiro Alfredo Ceschiatti, que ainda não se sabe até que ponto foi afetada pelo fogo.
O Memorial da América Latina foi inaugurado em março de 1989 e é composto por vários prédios de exposições e convenções, distribuídos em uma área total de 84.482 metros quadrados.