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Atraso no pagamento fecha banheiros no Metrô e outros órgãos

A Linha 1 - Azul do Metrô está com os banheiros fechados desde o último sábado, 6


	Banheiros públicos: o metrô informou que já abriu processo de rescisão de contrato com a empresa Higilimp por abandono do serviço de limpeza
 (Stock.xchng)

Banheiros públicos: o metrô informou que já abriu processo de rescisão de contrato com a empresa Higilimp por abandono do serviço de limpeza (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2016 às 18h29.

São Paulo - O atraso no pagamento de funcionários de uma empresa terceirizada levou à paralisação dos serviços de limpeza de diversos órgãos públicos em São Paulo. A Linha 1 - Azul do Metrô está com os banheiros fechados desde o último sábado, 6.

Na Universidade de São Paulo (USP), em plena recepção de calouros, diversas unidades na capital e no interior já enfrentam falta de papel higiênico e banheiros sujos desde às 6h desta quinta-feira, 11.

A paralisação também afeta a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) desde sábado, além do hospital da Polícia Militar e outros órgãos.

Procurado, o Metrô informou que já abriu processo de rescisão de contrato com a empresa Higilimp por abandono do serviço de limpeza das estações.

Segundo a companhia, a coleta de lixo está sendo realizada, mas os sanitários poderão ficar fechados nos próximos dias. Nesta linha circulam 1,4 milhão de pessoas por dia.

A área possui dez banheiros internos, seis deles limpos por 420 funcionários da Higilimp.

No Diário Oficial do Estado consta um contrato da empresa com o Metrô no valor de R$ 33,7 milhões, assinado em janeiro de 2013, com prazo de vigência de 31 meses. Procurada, a empresa não se manifestou até às 17h50h.

Na estação Santana, na zona norte de São Paulo, passageiros e vendedores que trabalham em quiosques no local reclamam de fortes odores e lamentam a falta de sanitários.

"Fica um cheiro forte de urina. No sábado, quando cheguei aqui, vi que tinham defecado no chão", contou a vendedora Aparecida Takara, de 51 anos.

"Estamos bebendo menos água para usar menos o banheiro", disse a vendedora Michele Vieira, de 31 anos. O atendente Pedro Frazão, de 28 anos, diz que precisou ir a lojas próximas à estação para usar o banheiro. "E fica um cheiro muito forte nos corredores", reclamou.

Os trabalhadores da limpeza reclamam de atrasos contínuos nos salários. No início do ano uma paralisação já havia sido feita no Metrô, entre os dias 8 e 13 de janeiro, pela falta de pagamento de dezembro.

Desta vez o atraso atingiu o pagamento de janeiro, que deveria ter sido feito até o dia 6 deste mês.

"Já havíamos avisado o Metrô que isto poderia acontecer no começo. Essa empresa costuma atrasar os pagamentos, dá problema", contou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco), Moacyr Pereira.

De acordo com ele, os atrasos tiveram início no segundo semestre do ano passado. "Já fizemos mais de dez paralisações. Eles pagam, depois atrasam de novo", explicou.

USP

Cerca de 100 funcionárias da Higilimp cruzaram os braços e fizeram um protesto na tarde desta quinta, 11, em frente à reitoria da USP, no Butantã, pela regularização dos pagamentos.

"Não sei como vou pagar minhas contas, que já estão atrasados. Todo mês é a mesma palhaçada, mas dessa vez eles sumiram e nem deram satisfação", reclamou uma faxineira de 55 anos que pediu para não ter o nome revelado.

O jornal O Estado de S.Paulo visitou o local e constatou lixo acumulado nos banheiros de pelo menos duas unidades - a Faculdade de Economia e Administração (FEA) e Escola de Comunicação e Artes (ECA).

O Simaeco fala em 14 unidades afetadas. Como a data do protesto coincidiu com a recepção dos calouros, os banheiros ficaram cheios de papel sujo de tinta nas pias e no chão, cabelo cortado, falta de sabonete e cestos lotados.

A universidade, em nota, informou que poderá efetuar o pagamento dos cerca de 350 funcionários prejudicados que atuam na capital e em Pirassununga, no interior de São Paulo, "desde que os responsáveis pela empresa sejam localizados e forneçam os dados da folha de vencimentos".

Caso não consiga localizar a empresa, a USP deverá creditar o valor em conta judicial a partir de uma ação impetrada pelo Siemaco.

Alesp e Secretaria de Segurança Pública (SSP) não se manifestaram até às 17h50.

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