Brasil

Protestos pacíficos acontecem em São Paulo e Rio neste domingo; veja fotos

Algumas centenas de pessoas se reúnem na tarde deste domingo, 7, em atos majoritariamente contra o governo Bolsonaro e com pautas antirracistas

Manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro em Porto Alegre (RS): manifestantes se reuniram em várias cidades do Brasil (Diego Vara/Reuters)

Manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro em Porto Alegre (RS): manifestantes se reuniram em várias cidades do Brasil (Diego Vara/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 7 de junho de 2020 às 15h46.

Última atualização em 8 de junho de 2020 às 18h13.

Protestos acontecem em todo o Brasil neste domingo, 7, com pautas antirracistas e manifestantes contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro. Manifestantes estão nas ruas de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte nesta tarde. Mais cedo, pela manhã, manifestações também aconteceram em Brasília.

Pautas como o "Vidas Negras Importam", incentivados pelos protestos antirracistas nos Estados Unidos, também são tema das manifestações, além de defesa da democracia. Parte dos atos inclui críticas pela atuação do governo Bolsonaro, sobretudo voltadas à atuação do governo federal diante da pandemia do novo coronavírus.

No Rio, mais de 200 pessoas estão reunidas no centro da cidade. Há duas manifestações distintas reunidas, intituladas "Vidas Negras Importam" e "Torcedores contra o racismo e pela queda de Bolsonaro".

Os manifestantes trazem faixas pedindo justiça pela morte da deputada Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. O ato também protesta contra as mortes de menores por policiais, como Ágatha Félix, no ano passado; João Pedro, morto este ano; Marcos Vinícius, em 2018; e Maria Eduarda, em 2019.

Segundo informou um dos organizadores, Gabriel Murga, a polícia está revistando os participantes, mas o clima é pacífico. Mais cedo, a polícia militar deteve um grupo de cerca de 15 manifestantes próximo ao local onde será feita a passeata contra o racismo, mas segundo Murga, um dos organizadores, as pessoas presas não eram ligadas ao movimento.

De acordo com o jornal O Globo, manifestantes pró-Bolsonaro, que se concentram em outra orla, tentaram se aproximar do movimento crítica ao presidente, mas foram impedidos pela Polícia Militar. Os manifestantes a favor do presidente gritaram palavras de ordem contra o "comunismo", trouxeram faixas contra o Supremo Tribunal Federal e gritaram contra o governador Wilson Witzel (PSC), que se tornou desafeto do governo Bolsonaro.

Manifestações no Rio de Janeiro: ato inclui pauta antirracista e falou sobre morte de João Pedro e Marielle (Ricardo Moraes/Reuters)

Atos em São Paulo

Em São Paulo, os manifestantes contra o governo do presidente Jair Bolsonaro se concentram no Largo da Batata, na região de Pinheiros. Há cerca de 3.000 pessoas no local, segundo a Polícia Militar de São Paulo, e o ato chegou à avenida Faria Lima.

A manifestação estava parada, mas por volta das 16h, parte dos manifestantes decidiu caminhar. Pouco antes das 18h, os manifestantes encontravam-se parados em pontos da rua dos Pinheiros, e a Polícia Militar impedia o ato de seguir rumo à avenida Paulista. A Polícia afirma que o ato não tinha autorização para caminhar e que deveria ficar parado no Largo da Batata.

O ato estava marcado a princípio para a avenida Paulista, mas uma ordem da Justiça proibiu que manifestações contra e a favor do presidente acontecessem no mesmo local. Assim, a manifestação contra Bolsonaro foi transferida para o Largo da Batata.

Como o que aconteceu no fim de semana passado, há uma série de representantes de torcidas de times de futebol reunidos no protesto paulista. No último domingo, liderados pela Gaviões da Fiel, uma das torcidas organizadas do Corinthians, manifestantes foram às ruas em defesa da democracia, incluindo representantes de outras torcidas.

Manifestação contra Bolsonaro em São Paulo

Ato contra Bolsonaro e antirracista em São Paulo: manifestação reuniu pessoas no Largo da Batata, e não na avenida Paulista (Amanda Perobelli/Reuters)

No último fim de semana, o ato na avenida Paulista, que começou de forma pacífica, terminou com a polícia atirando gás lacrimogênio em direção aos manifestantes anti-Bolsonaro. Manifestantes favoráveis ao presidente também estavam na região, o que acentuou a confusão. Neste domingo, 7, a avenida Paulista ficou restrita aos atos pró-Bolsonaro. Pela tarde, concentrava algumas dezenas de manifestantes.

Os atos deste fim de semana dividiram a oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Parte da oposição se manifestou contra os atos, afirmando que não deveriam ocorrer para evitar aglomerações por causa do risco de disseminação do novo coronavírus e temendo novos confrontos com a polícia.

Manifestantes também distribuem máscaras e álcool em gel na manifestação. Segundo os organizadores, o intuito é reduzir os riscos de contágio.

Manifestações também foram registradas neste domingo, 7, em cidades como Porto Alegre, Goiânia e Belo Horizonte, que reuniram algumas centenas de pessoas.

Em Belém, no Pará, a representação brasileira da Anistia Internacional escreveu em seu perfil no Twitter que mais de 60 jovens negros foram detidos a caminho da manifestação na cidade. O protesto em Belém, no fim, não aconteceu. A polícia teria justificado as detenções, ainda segundo a Anistia Internacional, pela "quebra das regras de isolamento social". O Pará já flexibilizou as normas do isolamento, autorizando a abertura de parte do comércio e de shopping centers.

 

Acompanhe tudo sobre:Marielle FrancoProtestosProtestos no BrasilRio de Janeirosao-paulo

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência