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Ato contra Temer em Brasília termina com 48 feridos e 1 baleado

Na tarde desta quarta-feira (24), cerca de 45 mil pessoas foram a Brasília protestar pedindo a renúncia de Temer e a convocação de eleições diretas

Manifestante corre perto de barricada em chamas durante protestos contra o governo Temer em Brasília, dia 24/05/2017 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Manifestante corre perto de barricada em chamas durante protestos contra o governo Temer em Brasília, dia 24/05/2017 (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2017 às 07h59.

Última atualização em 25 de maio de 2017 às 11h56.

Brasília - O ato realizado por nove centrais sindicais para pedir a renúncia do presidente Michel Temer e protestar contra as reformas da Previdência e trabalhista terminou nesta quarta-feira, 24, em confronto e vandalismo na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Manifestantes depredaram oito prédios públicos, além da Catedral, destruíram pontos de ônibus e atearam fogo em banheiros químicos. Segundo a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, 49 pessoas ficaram feridas - uma delas por arma de fogo - e oito foram presas.

Entre os feridos, oito são policiais militares. O estudante Vitor Rodrigues Fregulia, de 21 anos, teve ferimentos na mão após a explosão de um rojão, passou por cirurgia no Hospital de Base e seu estado de saúde era estável na noite de quarta.

Até a conclusão desta edição, pelo menos dois manifestantes continuavam internados. O repórter fotográfico do Estado Wilton Júnior foi atingido por estilhaços de uma bomba e quebrou um dedo do pé.

A PM vai abrir inquérito para investigar os policiais filmados com arma de fogo na mão e informou que a conduta não é procedimento adotado em protestos. Até a noite de ontem, ainda não havia sido identificado o autor do disparo que atingiu um manifestante no maxilar.

A Polícia Civil instaurou 12 procedimentos. De acordo com a Secretaria de Segurança, a manifestação reuniu 45 mil pessoas. O ato começou pacífico, por volta do meio-dia, mas saiu do controle das centrais - entre os organizadores estavam Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical.

Bombas de gás e spray de pimenta foram lançados contra manifestantes e mascarados. Houve correria. Militantes tentaram se refugiar em estacionamentos dos ministérios, que também serviram de abrigo para a cavalaria da PM. Um grupo partiu para o confronto, dando continuidade a uma escalada de violência, controlada por volta das 18h.

O primeiro alvo foi o Ministério da Fazenda. Por volta das 14h30, o grupo tentou invadir o prédio. Vidros foram quebrados e a segurança, reforçada. Cerca de 400 homens faziam a proteção do local. A onda de violência se estendeu. Cada vez mais exaltados, militantes passaram a atacar o Ministério da Agricultura, provocando um incêndio no térreo do edifício.

O ministro Blairo Maggi estava no prédio em reunião com sua equipe. "É lamentável que as manifestações acabem em vandalismo. Isso é péssimo para a democracia", afirmou.

Planalto

Em meio ao barulho de manifestantes, bombas de gás e helicópteros, a segurança do Palácio do Planalto foi reforçada. Meia hora depois do incêndio no Ministério da Agricultura, 30 homens do Batalhão da Guarda Presidencial faziam um bloqueio na rampa de acesso ao palácio. Outros 170 estavam a postos nas guaritas. No efetivo da segurança do presidente, havia mais cem pessoas.

Enquanto a segurança do Planalto era reforçada, a Casa Civil enviava ordem para que o expediente dos ministérios fosse encerrado e os servidores, liberados. O secretário da Receita, Jorge Rachid, e funcionários tiveram de sair pelos anexos.

Os prédios começaram a ser esvaziados às 16h. Trinta minutos depois, veio a notícia da convocação das Forças Armadas. Só então a Esplanada, depredada, ainda com focos de incêndio, começou a ser esvaziada.

Já era noite quando viaturas da PM deixaram o local e as Forças Armadas começaram a ocupar a região. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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