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Ativista indígena destaca necessidade de "repensar a economia” para preservar a Amazônia

Eric Terena participou do 2º Fórum Latino-Americano de Economia Verde

Eric Terena, durante evento em São Paulo (Isaac Fontana/EFE)

Eric Terena, durante evento em São Paulo (Isaac Fontana/EFE)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 2 de outubro de 2024 às 10h14.

Última atualização em 7 de outubro de 2024 às 17h51.

Para preservar a Amazônia, o primeiro passo para o Brasil e a América Latina é "legislar" a favor dessa região e depois "repensar a economia", opinou Eric Terena, comunicador e DJ indígena.

No primeiro dia de debates do 2º Fórum Latino-Americano de Economia Verde, organizado pela Agência EFE em São Paulo, o músico e ativista afirmou que "todos os dias, os parlamentos tentam regularizar o desmatamento e instalar novas formas de extração para exportar commodities".

Terena denunciou que empresas internacionais estão se instalando na Amazônia e, devido à falta de regulamentação, "elas não têm freios".

Nesse sentido, o criador da Mídia Indígena, uma aliança de comunicação dos povos indígenas, acredita que é necessário que as empresas gerem novas práticas lucrativas que preservem "as populações mais isoladas e periféricas", que são as mais vulneráveis.

"Com o tempo, o mais importante para todos será viver bem. O consumo ficará em segundo plano", declarou.

No mesmo painel, a representante institucional da associação ICLEI, uma aliança de governos locais para a sustentabilidade, Ana Wernke, afirmou que a mudança climática não é um problema apenas das áreas rurais, mas que é necessário que todos os gestores públicos adotem uma perspectiva de "resiliência climática", uma vez que as consequências inicialmente pensadas para 2030 "estão acontecendo agora".

"As cidades precisam se adaptar, precisam de resiliência. O planejamento urbano precisa levar em conta as mudanças climáticas. O caminho para a resiliência precisa ser feito o mais rápido possível", argumentou, enfatizando que essa falta de planejamento sempre afeta os mais pobres.

Ambos participaram do painel "Amazônia Urbana: desenvolvimento sustentável nas cidades amazônicas", que deu início à sessão desta terça-feira do 2º Fórum Latino-Americano de Economia Verde.

O encontro reuniu especialistas e líderes regionais em São Paulo para discutir políticas inovadoras, a urgência de reduzir as emissões de carbono e as oportunidades de investimento sustentável que podem transformar o cenário econômico da região.

O evento é patrocinado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e pela Norte Energia, operadora de Belo Monte, a quinta maior usina hidrelétrica do mundo, com o apoio da Vivo e da Câmara Espanhola de Comércio no Brasil.

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