Óleo no Nordeste: atendimentos a pessoas com problemas de saúde por terem tido contato com o óleo encontrado nas praias está diminuindo, informou o minstro (Diego Nigro/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 31 de outubro de 2019 às 16h57.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse hoje (31) não ter, até o momento, qualquer evidência que justifique "interrupção abrupta" do consumo de frutos do mar, apesar das manchas de óleo que têm surgido nas praias nordestinas. De acordo com ele, o monitoramento tem sido feito de forma constante para que, ao primeiro sinal de risco, a população possa ser alertada.
"Até agora não temos nenhum elemento para dizer [à população que] interrompa o consumo. Estamos, em full time analisando e retirando ostras, mariscos, mexilhões, lagostas, peixes, pescada, barracudas e não achamos ainda algo que represente risco. Ocorrendo, imediatamente o Ministério da Saúde dará o alarde", disse à Agência Brasil o ministro, ao chegar para um evento na Organização Pan-americana de Saúde (Opas), em Brasília.
O acompanhamento sobre os efeitos que o óleo tem causado nos seres vivos marinhos vem sendo feito por meio de uma parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). "O que sabemos até agora é que não encontramos nada que, pelo princípio da precaução, nos exigisse fazer uma interrupção abrupta da cadeia alimentar", acrescentou.
Segundo Mandetta, os atendimentos a pessoas com problemas de saúde por terem tido contato com o óleo encontrado nas praias está diminuindo, após os alertas no sentido de usar botas e luvas, evitando assim contato direto do produto com a pele.
"As eventuais intoxicações que percebemos, de irritação de pele e dor de cabeça, basicamente são porque as pessoas usaram benzina como solvente na pele para retirar a substância. Acredito que isso aconteceu porque, no início, as pessoas não sabiam como lidar com a situação", disse. De acordo com o ministro, nestes casos o mais recomendado é usar água e sabão ou até mesmo óleo de cozinha.
Mandetta comentou declarações de pesquisadores das universidade federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Alagoas (UFAL) que, tendo por base imagens detectadas pelo satélite europeu Sentinel 1A, disseram ter identificado uma mancha de óleo no litoral sul da Bahia, com dimensão entre 200 e 300 quilômetros quadrados (km²).
De acordo com o ministro, a questão já foi esclarecida pelo Ibama e pela Marinha, segundo os quais a imagem não seria óleo, mas provavelmente um fenômeno meteorológico em atividade intensa: "A gente se pauta pela Marinha Brasileira, que é quem tem os melhores equipamentos e a melhor expertise para mar".
Contatado pela Agência Brasil, o Ministério da Defesa disse que já foram realizadas "inspeções por uma aeronave da FAB e navios da Marinha na região, confirmando ausência de óleo no local".
Após participar de uma cerimônia de assinatura de um acordo setorial com entidades do setor eletroeletrônicos, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também comentou o caso. "Não era mancha de óleo, mas seguimos com o monitoramento e com o trabalho de recolhimento, monitoramento e destinação do óleo no Nordeste".