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Até maio decidiremos projeto da reforma para militares, diz Temer

Para o presidente, governo colocou "um pouco de açúcar" no texto ao fazer ajustes, mas que o remédio precisaria ser amargo e sem açúcar

Militares: a definição foi feita em reunião com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, na terça-feira (2) (Mario Tama/Getty Images)

Militares: a definição foi feita em reunião com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, na terça-feira (2) (Mario Tama/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de maio de 2017 às 10h02.

São Paulo - O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou na noite desta quinta-feira (4) em entrevista à RedeTV! que o governo enviará até o final de maio, "provavelmente", uma proposta de reforma da Previdência para os militares. A definição foi feita em reunião com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, na terça-feira (2), afirmou.

Na entrevista gravada na terça, antes da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara, e veiculada na noite desta quinta-feira, o presidente afirmou que fará o possível para aprovar a proposta que está na Casa, mas que estará obediente às decisões da Câmara e do Senado.

Ele disse ainda que o governo colocou "um pouco de açúcar" no texto ao fazer ajustes, mas que o remédio precisaria ser amargo e sem açúcar.

"Remédio amargo é aquele que cura, para o fígado, o estômago. Chá de boldo, e não botar açúcar. Até estamos dando um pouco de açúcar", disse o peemedebista, ao falar da proposta.

Para que o texto seja aprovado, o presidente afirmou que o Planalto vai intensificar o trabalho de falar ao povo "a verdade" sobre a reforma e assim convencer os deputados até aprovarem o texto. "Se o povo fica convencido, facilita o voto do deputado. É um trabalho que vamos fazer a partir de agora", disse.

O presidente evitou falar quantos votos o governo tem dos 308 necessários para aprovar o texto no plenário da Câmara, mas destacou que "até hoje, não perdemos uma votação."

Ele disse que as pessoas se negam a acreditar que a reforma do governo "está muito adequada". E ainda apontou que quem está fazendo campanhas contra a proposta é quem ganha mais. "Se não for feita, uma reforma da Previdência será inevitável em quatro ou cindo anos", afirmou.

Ele destacou as concessões feitas, como para trabalhadores rurais e mulheres - estas tiveram a idade mínima reduzida de 65 para 62 anos.

"Foram ajustamentos que não são levados a conhecimento público, as pessoas se negam a achar que, enfim, a reforma está muito adequada", declarou Temer.

O presidente disse ainda que levantamentos feitos entre deputados e a sociedade sobre a reforma da Previdência não estão acompanhados da pergunta correta.

"Se você me perguntar: você é a favor ou contra a reforma da Previdência? Eu vou dizer: Sou contra", disse Temer, para quem a pergunta deveria ser no sentido de mostrar o resultado de uma eventual frustração na reformulação da Previdência.

"Se for feita amanhã e não houver nada, não vai ter 10% de investimento [no orçamento]. Se vier depois de amanhã, não vai ter como pagar aposentadorias e salários", disse Temer. O presidente falou ainda que há uma imagem que ele veio para destruir a Previdência.

Comentando a oposição de alguns membros da Igreja Católica contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência, Temer disse que as informações não chegaram aos bispos corretamente.

Ele disse que já acertou com a Confederação Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB) a elaboração de um documento esclarecendo a reforma para ser enviado aos bispos e ao Papa Francisco.

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