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Associar morte de Marielle à família Bolsonaro é "repugnante", diz Eduardo

Deputado afirmou que "ninguém conhecia Marielle" antes de ser assassinada e ressaltou que crime precisa de respostas como "qualquer outro"

Eduardo Bolsonaro: deputado acusa imprensa de tentar fazer associação "repugnante" (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Eduardo Bolsonaro: deputado acusa imprensa de tentar fazer associação "repugnante" (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de março de 2019 às 06h35.

Brasília - O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que o assassinato da vereadora Marielle Franco, em março do ano passado no Rio de Janeiro, é um caso como qualquer outro e que está "muito acima da questão política". O parlamentar, filho do presidente Jair Bolsonaro, também disse que a vereadora era desconhecida antes do caso e que a tentativa de associá-lo à sua família é "absurda e repugnante".

"Esse caso de assassinato é como os outros 62 mil casos que a gente tem no Brasil. É óbvio que a gente quer que ele seja elucidado e que quem cometeu vá preso. Não tem nada de diferente. Não tem essa de passar a mão na cabeça. Isso aí está muito acima de questão política, pelo amor de Deus", afirmou o deputado ao deixar o Congresso nesta terça-feira, 12.

Dois dias antes de completar um ano do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes, a polícia prendeu nesta madrugada dois suspeitos pelo crime. Ronie Lessa, policial militar reformado, e Elcio Vieira de Queiroz, expulso da Polícia Militar, foram denunciados por homicídio qualificado de Marielle e do motorista Anderson Gomes e por tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora da vereadora que também estava no carro.

Lessa mora no mesmo condomínio onde Jair Bolsonaro tem uma casa, na Barra da Tijuca, no Rio. Nas redes sociais, Queiroz se apresenta como simpatizante do presidente. Ele curte as páginas oficiais do PSL Carioca, do senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) e de Eduardo Bolsonaro.

Sobre uma possível proximidade dos envolvidos com a sua família, Eduardo afirmou não ter envolvimento com a milícia do Rio de Janeiro e disse que o pai tira "um milhão de fotos por ano com todo mundo". "Será que se eu tirar uma foto com um policial, eu vou ser responsável por tudo que ele fizer?", disse.

Eduardo acusou parte da imprensa profissional e alternativa de fazer um "trabalho sujo financiado pelos últimos governos, que cai no descrédito ao tentar fazer esse tipo de relação". "É um desespero para tentar dizer que Bolsonaro tem culpa no cartório. Quem era Marielle? Estou falando com todo o respeito. Ninguém conhecia quem era Marielle Franco antes de ela ter sido assassinada. Depois, todo mundo começou a conhecer porque foi dada uma grande notoriedade. Agora, pelo amor de Deus, tentar fazer essa relação é mais do que absurdo, é repugnante", disse.

O deputado também afirmou não saber sobre um suposto namoro entre uma filha de Ronie Lessa com um dos filhos de Bolsonaro. O delegado responsável pelas investigações, Giniton Lages, confirmou que houve o relacionamento. "Olha, eu não vou falar nome de ex-namorada, mas eu procurei aqui e nenhuma delas é filha de PM, não. Se essa informação for verdade, não sou eu não. Tem que perguntar para meus irmãos. Sei lá, né, será que namorou mesmo? Meio estranho isso aí, mas tudo bem", disse.

Crise no MEC

Sobre as polêmicas envolvendo o Ministério da Educação, o deputado negou que o filósofo Olavo de Carvalho esteja causando uma crise no governo ao ter gerado uma reação de pessoas ligadas a ele que estavam no MEC contra o ministro da pasta, Ricardo Vélez Rodríguez.

"Ele está no papel dele de crítico. Ele pode muito bem falar. A outra opção que ele tem seria ficar quieto e olhar coisas que ele não concorda acontecendo. Certamente, ele, como brasileiro, não vai fazer isso. Gente, serão quatro anos assim. Eu não vejo como crise, vejo como saudável. Você não é a favor da democracia, das críticas? Superfaturam isso", disse.

O parlamentar citou como exemplo o fato de ele ter aparecido ao lado do vice-presidente Hamilton Mourão nesta terça-feira. "Você viu como foi meu tratamento com o general Hamilton Mourão hoje? Parecíamos amigos desde criança. E às vezes acham que está tendo um clima, que estamos contra os generais", afirmou. Os dois se encontraram durante o almoço diplomático oferecido pelo Itamaraty para o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez.

Eduardo disse ainda que Olavo é uma "pessoa estudada, letrada" e que suas opiniões "tem um peso diferenciado por conta da história". O deputado disse ser um "fã" do filósofo. "Vou botar um quarto dele lá em casa. Sou fã dele. Em vida ainda para ele conseguir ver a admiração que eu tenho por ele", disse.

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