Segundo a Ajufe, o nome de Patricia constava em uma “lista negra” composta de 12 pessoas “marcadas para morrer” (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2011 às 11h59.
Rio de Janeiro - A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) divulgou nota hoje (12) criticando o Estado pela falta de segurança para o trabalho dos magistrados. “Muitos juízes deixam a competência criminal com medo de serem mortos e isso faz com que a sociedade fique à mercê”, diz a nota.
A juíza Patricia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros, na madrugada de hoje (12), ao chegar em casa, em Niterói, região metropolitana do Rio.
Na nota, assinada pelo presidente da instituição, Gabriel Wedy, a Ajufe afirma que o nome de Patricia Acioli constava em uma “lista negra” composta de 12 pessoas “marcadas para morrer” e encontrada com um suspeito de tráfico de drogas, detido no estado do Espírito Santo. Segundo a associação, Patrícia era “uma juíza criminal que realizava exemplarmente o seu trabalho no combate ao narcotráfico, em defesa da sociedade”.
A Ajufe lembra que a juíza tinha recebido uma série de ameaças e que o carro dela já havia sido metralhado. Mesmo assim, segundo a entidade, ela não contava com qualquer segurança à sua disposição. De acordo com a instituição, no ano passado, dezenas de juízes federais que julgam o narcotráfico internacional e o crime organizado também foram ameaçados em decorrência de suas atividades.
Na nota, a Ajufe destaca ainda que a falta de segurança motivou uma paralisação nacional de juízes federais no último dia 27 de abril. A entidade cobra a aprovação do Projeto de Lei 03/06, que cria a polícia judiciária, vinculada ao Poder Judiciário, que seria a responsável por fazer a segurança dos juízes. Segundo a Ajufe, o projeto encontra-se paralisado no Congresso Nacional.