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Assessora de vereadora morta deixou o Brasil

O PSOL não divulga o destino da assessora de Marielle Franco na tentativa de garantir sua segurança

Sobrevivente: assessora contou à Polícia que não percebeu que o veículo em que estavam era seguido (Ricardo Moraes/Reuters)

Sobrevivente: assessora contou à Polícia que não percebeu que o veículo em que estavam era seguido (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de abril de 2018 às 16h12.

Rio de Janeiro - A assessora que acompanhava a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) quando a parlamentar foi morta, em 14 de março, no centro do Rio, está fora do Brasil. Segundo integrantes do PSOL, que preferem não divulgar o nome da assessora, ela tomou a decisão com receio de sofrer retaliações de criminosos por ter presenciado a morte da vereadora.

Logo após o crime, a assessora prestou depoimento à Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro e em seguida deixou o Rio de Janeiro. Foi primeiro para outro Estado do Brasil, onde permaneceu alguns dias e tomou a decisão de sair do País acompanhada pelo marido. A viagem para o exterior ocorreu dias depois.

O PSOL não divulga o destino da assessora na tentativa de garantir sua segurança.

Quando depôs à Polícia Civil, ainda na madrugada de 15 de março, a única sobrevivente da ação criminosa que matou Marielle e o motorista Anderson Gomes contou não ter percebido que o veículo em que estavam era seguido nem ter visto nenhum carro ou moto próximos.

Assim que o veículo em que estavam entrou na Rua João Paulo I, no Estácio (região central), onde ocorreu o crime, a assessora, que estava distraída falando ao telefone celular, ouviu o barulho dos tiros, que pareciam vir de trás, na diagonal.

Segundos antes, Marielle havia dito "ué?", em tom de dúvida, contou a assessora à polícia. No momento dos disparos, o motorista disse "ai". A sobrevivente se abaixou para tentar se proteger e Marielle, que usava cinto de segurança, tombou sobre ela. O veículo, que trafegava devagar, seguiu desgovernado até que a própria assessora conseguiu se esticar e acionar o freio de mão.

Dois dias após o crime, a assessora publicou nas redes sociais uma homenagem à vereadora: "Estou viva. Mas a alma oca. A carne, ainda trêmula, não suporta a dor que serpenteia por dentro, num looping sem fim. Minha amiga, na tentativa de calarem a sua voz, a ampliaram ensurdecedoramente, em milhares de bocas. Para sempre. #MarielleVive", escreveu.

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