Brasil

Às vésperas da decisão no Congresso, EXAME promove webinar sobre a regulação da reforma tributária

Seminário ocorre nesta sexta, 22 de novembro, a partir das 9h, no YouTube da EXAME, com a presença de senadores e representantes de diversos setores econômicos

Em 20 de dezembro de 2023, o Congresso promulgou a Emenda Constitucional 132, estabelecendo a reforma tributária, que agora passa por processo de regulamentação ( Roque de Sá/Agência Senado)

Em 20 de dezembro de 2023, o Congresso promulgou a Emenda Constitucional 132, estabelecendo a reforma tributária, que agora passa por processo de regulamentação ( Roque de Sá/Agência Senado)

Publicado em 21 de novembro de 2024 às 14h22.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2025 às 15h21.

A EXAME realiza nesta sexta-feira, 22 de novembro, o webinar "A regulação da Reforma Tributária". Autoridades e especialistas de diversos setores irão analisar e traduzir os detalhes da aplicação da medida, que altera a forma como os impostos são cobrados no Brasil, para responder quais serão os impactos sobre os negócios. O seminário ocorre a partir das 9h, com transmissão ao vivo no canal do Youtube da EXAME, e com o apoio do escritório de contabilidade Contabilizei.

A programação do webinar se divide em quatro temas. No primeiro painel estarão em pauta os caminhos da reforma tributária no Congresso. No painel, será entrevistado o senador Izalci Lucas (PL-DF). O parlamentar atuou como coordenador do grupo de trabalho da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado que tratou da regulamentação da mudança tributária.

O texto está apresentado na forma do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, que estabelece como será aplicado os impostos sobre o consumo, nesse caso o IVA, com IBS e CBS, e o Imposto Seletivo. Atualmente o PLP tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

O Webinar segue com o segundo painel, às 9h45, que debaterá os efeitos da reforma tributária na economia real. O impacto será tratado pelo sócio-fundador do Bichara Advogados, Pedro Teixeira de Siqueira, e o diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCIF), Eurico Santi.

Na sequência, às 10h30, ocorre o painel "O que muda para os pequenos negócios e profissional liberal" com o VP de Operações da Contabilizei, Charles Gularte, e o diretor Jurídico da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Savio Salomão.

O debate sobre a regulação proposta pelo governo para a reforma tributária, às 11h15, encerra o webinar. O painel contará com a participação do diretor de Programa da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária, Daniel Loria.

Os painéis serão mediados pelo editor de Macroeconomia da EXAME, Luciano Pádua, e pelo repórter especial de Macroeconomia, Antonio Temóteo.

yt thumbnail

O que está em jogo na reforma tributária

A reforma tributária é a primeira reforma ampla do sistema tributário nacional realizada sob a vigência da Constituição Federal de 1988. Em 20 de dezembro de 2023, o Congresso promulgou a Emenda Constitucional 132, estabelecendo a medida, em cerimônia com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A promulgação concluiu um processo que era debatido há pelo menos três décadas. Visando a simplificação do sistema tributário do país, a reforma tem como principal efeito a unificação de cinco tributos — ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins — em uma cobrança única, que será dividida entre os níveis federal com a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), estadual e municipal, com o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que formam dois impostos de valor agregado (IVA).

O IVA é usado em mais de 170 países e, além de mitigar a complexidade do sistema anterior, busca acabar com a guerra fiscal. Outra novidade feita pela reforma foi a criação do imposto seletivo, também conhecido como imposto do pecado. A medida funciona como uma espécie de sobretaxa que poderá incidir sobre a produção, comercialização ou importação de produtos com risco à saúde e ao meio ambiente.

A emenda também determinou a criação de uma cesta básica nacional de alimentos, cujos os itens serão isentos de impostos. Além do estabelecimento de cesta estendida, que deve incorporar outros produtos como carne e itens de higiene pessoal, por exemplo. Esses e outros artigos terão desconto de 60% nos tributos para consumidores de baixa renda.

O desconto será concedido através da devolução de impostos, um mecanismo chamado cashback. O modalidade também está prevista na devolução de impostos para os mais pobres nas contas de luz e gás de cozinha.

Há ainda na reforma o estabelecimento de regimes diferenciados e de exceções. Entre eles, uma tributação específica para serviços prestados por determinados profissionais liberais, que deverá ser equivalente a 70% do valor da alíquota geral; e sobre setores como educação, saúde, serviços de transporte coletivo e insumos agropecuários, que devem receber tratamento diferenciado.

Todas essas mudanças, contudo, precisam ser especificadas, detalhadas e ter a forma de como serão aplicadas e postas em funcionamento na regulamentação.

Em entrevista à EXAME, em fevereiro, Bernard Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, afirmou que o governo federal estudava desmembrar a regulamentação da reforma tributária em quatro propostas: um projeto de lei para tratar da regulamentação do IBS e da CBS, outro, do comitê gestor — que será o órgão gerido conjuntamente pelos estados, municípios e responsáveis pela arrecadação do IBS. Um terceiro projeto tratando do Imposto Seletivo e um quarto, que foi um pedido das áreas técnicas, tratando do processo administrativo fiscal, que é toda a parte de contencioso administrativo dos novos tributos.

Hoje estão em discussão no Congresso o primeiro e o segundo PLs anunciados. No caso do projeto do Comitê Gestor, ele tramita na forma do PLP 108/2024.

Votação em dezembro

Entre as incertezas que cercam como será o texto final da regulamentação, que já foi analisado pela Câmara, está a data de votação no Senado.

Como mostrou a EXAME, o relator da Reforma Tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), afirmou que a entrega do parecer sobre a regulamentação do novo sistema de impostos deve ser adiada para os primeiros dias de dezembro. A previsão anterior era de que o texto estivesse pronto no dia 27 de novembro. Braga justificou que os eventos do P20 no Senado causaram atrasos nas audiências públicas.

Acompanhe tudo sobre:Reforma tributáriaEspecial Reforma Tributária

Mais de Brasil

Entenda 'fatiamento' de denúncia contra Bolsonaro e veja quem está em cada grupo

Rio cria canal para denúncias de trabalhadores em calor extremo

Senado aprova projeto que libera emendas bloqueadas em primeira sessão presidida por Alcolumbre

Entenda os argumentos da PGR para denunciar Bolsonaro e outras 33 pessoas por tentativa de golpe