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As maiores greves gerais que o Brasil já viu

No total, desde a redemocratização, as centrais sindicais fizeram cinco grandes convocações com a proposta de paralisar o Brasil

Exemplo de protesto organizado pela CUT, em São Paulo (Dino Santos/CUT-SP)/Divulgação)

Exemplo de protesto organizado pela CUT, em São Paulo (Dino Santos/CUT-SP)/Divulgação)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 27 de abril de 2017 às 06h00.

Última atualização em 27 de abril de 2017 às 07h29.

São Paulo – Nove centrais sindicais convocam para esta sexta-feira, dia 28,  uma greve geral contra as reformas da Previdência e trabalhista proposta pelo governo Michel Temer (PMDB).

A expectativa dos sindicatos é que a onda de paralisações afete os trabalhos de vários setores pelo país. Segundo a CUT, categorias dos 27 estados brasileiros aderiram à greve em assembleias. Entre elas estão os metroviários, bancários, professores, aeronautas, metalúrgicos, correios, químicos, entre outros.

A última mobilização desse tipo foi em junho de 1996, quando as forças sindicais protestaram pela manutenção dos direitos dos trabalhadores e contra as políticas econômicas do então presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).

No total, desde a redemocratização, as centrais sindicais fizeram cinco grandes convocações com a proposta de paralisar o Brasil. A maior foi em 1989, quando 35 milhões de trabalhadores teriam cruzado os braços pelo país. 

Relembre cada uma delas, da mais antiga para a mais recente, segundo dados da CUT: 

12 de dezembro de 1986

A greve geral foi convocada pela CUT em conjunto com a Central Geral dos Trabalhadores (CGT) contra o Plano Cruzado e o pagamento da dívida externa, durante o governo de José Sarney.

Cerca de 25 milhões de trabalhadores manifestaram por todo o Brasil em defesa dos salários e do congelamento geral dos preços.

Cartaz de convocação para a greve geral de dezembro de 1986 - governo de José Sarney (CEDOC CUT/Reprodução)

20 de agosto de 1987

A paralisação nacional de 87 também foi organizada pela CUT e pela CGT durante o governo Sarney. Os trabalhadores eram contra o Plano Bresser que, na tentativa de controlar a inflação, congelou os preços e os salários.

Insatisfeitos, milhares de brasileiros foram às ruas novamente para protestar.

Cartaz de convocação para a greve geral de agosto de 1987 – governo de José Sarney (CEDOC CUT/Reprodução)

14 e 15 de março de 1989

As centrais sindicais conseguiram paralisar os principais setores do país: com cerca de 35 milhões de participantes, a greve geral de 89 foi a maior da história do Brasil.

Isso aconteceu por conta do elevado índice de inflação, que na época chegou a ultrapassar 1.700% no acumulado de doze meses. O protesto foi convocado contra o Plano Verão, que modificava o rendimento da caderneta de poupança e congelava os preços e salários. 

Cartaz de convocação para a greve geral de agosto de 1989 – governo de José Sarney (CEDOC CUT/Reprodução)

22 e 23 de maio de 1991

Durante o governo de Fernando Collor, a CUT , a Confederação Geral dos Trabalhadores e a Central Geral dos Trabalhadores convocaram uma nova greve geral no país por 48 horas.

Cerca de 19,5 milhões de trabalhadores paralisaram suas respectivas atividades em prol da garantia de emprego, reposição das perdas salariais, defesa dos serviços públicos e fim do aumento abusivo nos preços dos aluguéis e prestações da casa própria.

Cartaz de convocação para a greve geral de agosto de 1991 – governo de Fernando Collor (CEDOC CUT/Reprodução)

21 de junho de 1996  

Em 96, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), os trabalhadores foram às ruas para protestas contra as políticas econômicas do então presidente. A greve, que contou com a participação de 12 milhões de pessoas, foi organizada pela CUT, CGT e Força Sindical.

O movimento reivindicava as condições de emprego, salário, aposentadoria, reforma agrária e manutenção dos direitos sociais dos trabalhadores.

Cartaz de convocação para a greve geral de agosto de 1996 – governo de Fernando Henrique Cardoso (CEDOC CUT/Reprodução)

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