Manifestantes usam máscaras em protesto no Rio de Janeiro - 13/12/2015 (Reuters)
Talita Abrantes
Publicado em 13 de dezembro de 2015 às 18h33.
A maior concentração foi registrada na avenida Paulista, em São Paulo (SP), onde, segundo organizadores, cerca de 100 mil pessoas participaram da manifestação. A Polícia Militar do estado ainda não calculou o número de manifestantes na região.
Em Brasília (DF), cerca de 3 mil manifestantes se reuniram na Esplanada dos Ministérios e fizeram um enterro simbólico do governo Dilma Rousseff. No Rio de Janeiro (RJ), foram 8 mil manifestantes no protesto na orla de Copacabana, onde as temperaturas superavam os 35 graus.
Só um "esquenta"
Os organizadores justificam a baixa adesão com o argumento de que tiveram pouco tempo para organizar os atos visto que foram pegos de surpresa, há onze dias, com a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de abrir o processo contra Dilma Rousseff.
Não por acaso, os movimentos anti-governo deixaram a próxima rodada de protestos para daqui três meses, em 13 de março de 2015.
A ideia é repetir o sucesso de público da primeira edição dos atos contra Dilma em 15 de março deste ano, quando segundo estimativa da Polícia Militar, cerca de 1 milhão de pessoas aderiram às manifestações contra o governo na região da avenida Paulista, em São Paulo.
Impeachment
Na próxima quarta-feira, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) devem decidir qual será o rito do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A análise do caso, que tramita na Câmara, foi suspensa na última terça-feira por decisão do STF.
Entre outros pontos, o Supremo deve analisar se mantém ou veta a votação da Câmara dos Deputados que elegeu 39 dos 65 deputados necessários para formar a comissão especial que dará parecer sobre impeachment.
Com a comissão eleita, o grupo de 65 deputados irá elaborar um parecer favorável ou contrário à continuidade do processo de impeachment. A presidente Dilma Rousseff terá direito a 10 sessões para expor sua defesa.
Com o parecer pronto, o presidente da Câmara coloca a matéria em votação no plenário. Para que o processo de impeachment seja aberto, dois terços dos deputados devem votar a favor da sua instalação.
A partir de então, começa o julgamento no Senado. Dilma ficaria automaticamente afastada por seis meses esperando o resultado.
Em um julgamento comandado pelo presidente do STF, o Senado então deve decidir, na mesma proporção, se o mandato pode ser interrompido ou não. Entenda todos os passos do processo.