Marcelo Odebrecht (Kiyoshi Ota/Bloomberg)
Luísa Granato
Publicado em 11 de abril de 2017 às 20h09.
Última atualização em 12 de abril de 2017 às 09h54.
São Paulo - O relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, autorizou a abertura de 74 inquéritos contra políticos com foro especial nesta terça-feira, 11.
Mais de cem políticos são contemplados na lista de investigados que foi feita com base nas delações dos 77 executivos e ex-executivos das empresas Odebrecht e Braskem.
Veja as acusações que pesam sobre alguns desses políticos, segundo as informações do jornal O Estado de S. Paulo e da revista VEJA:
Os ministros da Casa Civil e da Secretária-Geral da Presidência são acusados de cobrar propina em processos de concessões de aeroportos para campanhas eleitorais do partido.
Em acordo com a Odebrecht em 2014, Moreira Franco teria solicitado o valor de R$ 4 milhões sob pretexto de campanha eleitoral. Também foi mencionado um jantar que reuniu Michel Temer, Marcelo Odebrecht e Eliseu Padilha no Palácio do Jaburu em maio de 2014, quando foi pedida a quantia de R$ 10 milhões.
O presidente da Câmara dos Deputados foi mencionado por cinco delatores, que relataram uma série de repasses de dinheiro para o deputado. Em 2008, Maia teria solicitado e recebido R$ 350 mil para auxílio em campanha eleitoral; em 2010, ele teria pedido um novo repasse de R$ 600 mil para a campanha de seu pai, César Maia.
Rodrigo Maia foi mencionado nas delações de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, João Borba Filho, Cláudio Melo Filho, Carlos José Fadigas de Souza Filho e Luiz Eduardo da Rocha Soares.
O presidente do Senado recebeu R$ 2 milhões da Odebrecht, segundo os delatores.
No mesmo inquérito, também serão investigados os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), e os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
Cinco inquéritos foram abertos contra o senador e presidente nacional do PSDB por suposta solicitação de propinas e doações de caixa 2 à Odebrecht.
Junto com ele, são investigados José Serra (SP), Antonio Anastasia (MG), Cássio Cunha Lima (PB), Ricardo Ferraço (ES) e Dalírio Beber (SC).
Em um depoimento, os delatores disseram que pagaram, a pedido de Aécio, R$ 5,4 milhões em “vantagens indevidas” para a campanha de Anastasia em 2010. Em 2014, também foi relatado caixa dois para sua campanha e de outros parlamentares.
Outros inquéritos também irão apurar fraudes e indícios de corrupção na construção da sede do governo mineiro e de obras de usinas.
De acordo com Valladares, Aécio recebia mesadas que variavam de 1 milhão a 2 milhões de reais.
O senador será investigado junto com o ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes por suposto recebimento de propina nas obras do Rodoanel.
Em 2007, Serra era governador de São Paulo e Nunes era chefe da Casa Civil do estado.
Para aprovar a MP 627/13, Renan e Romero Jucá teriam recebido R$ 5 milhões em propina da Odebrecht.
O ministro da Agricultura teria recebido R$ 12 milhões para a campanha eleitoral de 2006.
O ex-prefeito do Rio de Janeiro recebeu R$ 15 milhões da Odebrecht em 2012 para facilitar contratos para as Olimpíadas, segundo a delação de Benedicto Barbosa da Silva Júnior.
Em outra delação, Paes é acusado de negociar repasse de R$ 3 milhões para a campanha do deputado federal Pedro Paulo em 2010.
Quatro delatores afirmaram que a senadora recebeu R$ 500 mil por meio de caixa dois para sua campanha em 2014. As negociações teriam sido intermediadas por seu marido e assessor no Ministério da Agricultura, Moisés Pinto Gomes.
O “departamento de propinas” da Odrebrecht teria feito repasses para a senadora e seu marido, Eron Bezerra, por meio de caixa 2, em 2012, para a campanha de Grazziotin à prefeitura de Manaus.
O parlamentar teria faturado R$ 5,5 milhões da empreiteira para ajudar a anular uma licitação.
O senador teria sido beneficiário de 4,5 milhões de reais em propinas nas campanhas de 2008 e 2010.
O senador teria recebido, via caixa dois, R$ 1,6 milhão da Odebrecht nas eleições de 2010 e 2014.
O deputado federal é suspeito de ter recebido R$ 50 mil em propina para a campanha de 2010.
O ministro Edson Fachin também remeteu uma lista de mais de 200 pessoas para investigação em outras instâncias. Entre eles, estão:
O governador de São Paulo teria usado o próprio cunhado para receber propina de R$ 10,3 milhões da Odebrecht durante as campanhas eleitorais de 2010 e 2014
Em troca da edição e aprovação de medidas provisórias, a ex-presidente teria recebido R$ 150 mi em repasses para as campanhas presidenciais de 2010 e 2014.
O ex-presidente foi mencionado na delação de Emílio Odebrecht, que revelou ter pago “vantagens indevidas não contabilizadas” em 1993 e 1997 para as campanhas de FHC à Presidência da República.
Ele teria contratado uma empresa de espionagem. O ex-presidente da Câmara dos Deputados para tentar barrar as investigações da Operação Lava Jato.
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