Ex-governador do DF, José Roberto Arruda (Wilson Dias/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2014 às 19h13.
Brasília - Primeiro governador preso no exercício do cargo, José Roberto Arruda quer retomar a partir de 2015 o comando do Distrito Federal.
Ele perdeu o cargo em 2010, envolvido no "mensalão do DEM" de Brasília. Agora ele está no PR e na tentativa de voltar ao Palácio do Buriti. Diz que seu projeto para a capital do País foi apenas "interrompido" e que quer retomá-lo.
O programa de governo enviado por Arruda ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem 83 páginas, mas não contém uma só linha sobre os motivos que o levaram a deixar o cargo: o envolvimento no esquema de corrupção que o levou à prisão por suspeita de tentativa de suborno de uma testemunha.
"O plano de governo que apresentamos traz não apenas os conceitos e diretrizes, mas também - e de forma concreta - as ações a serem empreendidas para solução dos problemas que angustiam a nossa gente. Tem como fundamento o respeito ao cidadão e a retomada de um projeto interrompido", afirma o candidato, em documento ao TSE.
Arruda diz que o Distrito Federal não deve crescer de forma "compartimentalizada e desintegrada".
Para ele, a população não deve ser dividida entre os que pertencem "ao sonho de JK e ao urbanismo moderno", ou seja, os mais ricos da capital, e os "coadjuvantes da história", os mais pobres.
"Não deve existir cidadania nem espaços urbanos de segunda classe no Distrito Federal", destaca o plano, ao ressaltar que é necessário criar programas para integrar os espaços e os moradores da cidade.
No plano, o ex-governador faz um autoelogio, em relação ao mandato perdido. Diz que "uma grande parte do sucesso dos espaços públicos deve ser atribuída à gestão de 2007 a 2009".
Ele afirma que o "plano de metas" para sua gestão tem uma referência histórica: o plano homônimo lançado pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek.
O programa de Arruda aponta uma série de desafios para Brasília e prevê ações específicas para várias áreas, tais como gestão pública e política fiscal, educação, segurança pública, saúde, social, transporte e infraestrutura.
Após fazer uma reflexão política e apostar na população mais desassistida do Distrito Federal, Arruda diz, por exemplo, que vai assegurar recursos orçamentários e continuar o programa de compra de leite para famílias carentes e que vai urbanizar todas as áreas com problemas infraestrutura, como a região do condomínio Sol Nascente, uma das maiores favelas do Brasil.
O ex-governador informou ao TSE ter patrimônio de R$ 1,5 milhão. Na última eleição que concorreu ao governo, em 2006, declarou ter em bens cerca de R$ 598 mil (R$ 915 mil, atualmente, em valores corrigidos pela inflação).
Arruda não foi barrado até o momento pela Lei da Ficha Limpa, pois não teve condenação de órgão colegiado da Justiça nos processos a que responde.