Pacheco: presidente do senado critica extremismo e pede diálogo para resolver "crise real" (Pedro Gontijo/Agência Senado)
Reuters
Publicado em 8 de setembro de 2021 às 19h22.
Última atualização em 8 de setembro de 2021 às 19h30.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou nesta quarta-feira que o país passa por uma "crise real" e que a solução não está em arroubos antidemocráticos, em referência indireta aos atos do 7 de Setembro convocados pelo presidente Jair Bolsonaro.
Para o senador, o momento é de diálogo e não cabem "excesso", "radicalismo" ou "extremismo". Pacheco voltou a defender o respeito à democracia, e à Constituição, além da harmonia entre os Poderes da República.
"Nesse 7 de Setembro, muitos milhares de brasileiros foram às ruas, outros milhares não foram. E existe um ponto comum entre todos os brasileiros: nós vivemos num país em crise. Uma crise real, de fome e de miséria, que bate à porta dos brasileiros, sacrificando a dignidade das pessoas; de inflação, com a perda do poder de compra dos brasileiros, as coisas estão mais caras; a crise do desemprego; a crise energética, a crise hídrica; uma pandemia que entristeceu muito o país", disse Pacheco em pronunciamento.
"Então é uma crise real e nós temos de dar solução a ela. Essa solução não está no autoritarismo, não está nos arroubos antidemocráticos, não está em questionar a democracia. Essa solução está na maturidade política dos Poderes constituídos de se entenderem, de buscarem as convergências para aquilo que verdadeiramente interessa aos brasileiros", defendeu.
Em discursos nas manifestações da véspera, Bolsonaro atacou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, e afirmou que jamais será preso por "canalhas". Também voltou a questionar a condutibilidade do atual sistema de votação.
Mais cedo nesta quarta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a Constituição brasileira jamais será rasgada e, ao fazer um apelo pela superação dos radicalismos, destacou que o único compromisso inquestionável que os brasileiros têm é com o voto nas urnas eletrônicas em outubro de 2022.
Já o presidente do STF, Luiz Fux, foi mais incisivo. Afirmou que o descumprimento de decisões judiciais configura crime de responsabilidade e que a corte não irá tolerar ameaças à autoridade de suas decisões.
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