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Arquiteta diz a Moro que apresentou a Marisa Letícia projeto para o sítio

Arrolada como testemunha de defesa de Fernando Bittar, proprietário do imóvel, ela disse que projeto não foi executado porque Marisa não teria gostado

Lula: denúncia inclui ao todo 13 acusados, entre eles executivos da empreiteira e aliados do ex-presidente (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)

Lula: denúncia inclui ao todo 13 acusados, entre eles executivos da empreiteira e aliados do ex-presidente (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de junho de 2018 às 19h19.

São Paulo - A arquiteta Maria Cecília de Castro afirmou, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, nesta sexta-feira, 15, ter apresentado à ex-primeira-dama Marisa Letícia o projeto para reforma da cozinha do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP).

Arrolada como testemunha de defesa de Fernando Bittar, proprietário do imóvel, ela disse que o projeto não foi executado porque Marisa não teria gostado. A arquiteta afirmou ter sido paga por Fernando Bittar pelo projeto.

De acordo com Maria Cecília, Fernando e Lilian Bittar a chamaram em 2013 porque havia "um problema na fossa" que estaria causando "mau cheiro" no sítio. "Eu fui lá dar uma olhada nisso".

Em seguida, ela diz ter recebido outra solicitação do casal. "Queriam ampliar a cozinha, fazer uma mais moderna, fechada, dentro da casa. Uma cozinha mais moderna para a sala do jantar. Fiz um estudo para isso, mas o projeto não deu seguimento".

Para o estudo da cozinha, Maria afirma que o Fernando e Lilian queriam "mais pessoas dando palpite" no projeto. "Ele pediu para ter uma reunião com a tia dele para ela também dar palpite".

"Quando eu cheguei lá e encontrei com ele, ele ia apresentar e falou: Fernanda, vou te avisar que minha tia era a dona Marisa. Eu falei: ah, não sabia disso".

"Apresentei, ela [Marisa] entendeu o que eu tava falando. Na verdade, ia ficar o projeto não exatamente como ela gostaria porque ia ter um pilar no meio da sala, ia ficar uma coisa meio estranha que ela não gostou muito. E eu falei pra ela: para ficar bom, a gente teria que reformar o telhado da casa", concluiu.

O caso envolvendo o sítio representa a terceira denúncia contra Lula no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo a acusação, a Odebrecht, a OAS e também a empreiteira Schahin, com o pecuarista José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,02 milhão em obras de melhorias no sítio em troca de contratos com a Petrobras.

A denúncia inclui ao todo 13 acusados, entre eles executivos da empreiteira e aliados do ex-presidente, até seu compadre, o advogado Roberto Teixeira.

O imóvel foi comprado no final de 2010, quando Lula deixava a Presidência, e está registrado em nome de dois sócios dos filhos do ex-presidente, Fernando Bittar - filho do amigo e ex-prefeito petista de Campinas Jacó Bittar - e Jonas Suassuna. A Lava Jato sustenta que o sítio é de Lula, que nega.

Defesa

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou: "A testemunha informou que Fernando Bittar pediu e pagou pelo trabalho da arquiteta, deixando evidente, uma vez mais, que ele é o proprietário do sítio, como consta no Cartório de Registro de Imóveis".

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