Cristina Kirchner, presidente da Argentina: país ameaça setor têxtil do Brasil (Juan Mabromata/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2010 às 08h56.
Foz do Iguaçu - Às vésperas da reunião de Cúpula do Mercosul, que acontece hoje em Foz do Iguaçu, a Argentina ameaça o Brasil com medidas protecionistas. O país iniciou uma investigação de dumping contra as toalhas brasileiras. Os fabricantes locais acusam as empresas do Brasil de vender abaixo do preço de custo para liquidar os concorrentes.
O assunto azedou o clima dos encontros preparatórios da reunião e foi tratado ontem em Foz do Iguaçu entre o secretário de Comércio Exterior do Brasil, Welber Barral, e o secretário de Comércio Exterior da Argentina, Eduardo Bianchi. “O governo busca um compromisso dos dois lados que evite a aplicação da sobretaxa”, disse Barral.
O conflito entre os dois países no setor têxtil não está restrito apenas a toalhas. Há menos de 10 dias, os empresários brasileiros aceitaram uma cota para a exportação de lençóis. Em 2011, o Brasil só poderá embarcar 2.100 toneladas do produto para o vizinho, uma redução de 18% em relação aos 2.557 toneladas vendidas de janeiro a novembro deste ano. O volume é menor que as 2.284 toneladas embarcadas em 2009. A medida afeta as vendas da Teka e da Coteminas.
A abertura da investigação de dumping contra as toalhas brasileiras, solicitada pelo ministério da Indústria - comandado por Debora Giorgi, autora de diversas medidas protecionistas contra produtos brasileiros - foi publicada na quarta-feira no Diário Oficial da União da Argentina.
Os relatórios elaborados pela Comissão Nacional de Comércio Exterior e pela Subsecretaria de Política e Gestão Comercial da Argentina indicam uma margem de dumping de 70,9%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.