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Área com avisos de desmatamento na Amazônia sobe 85% em 2019, mostra Inpe

De acordo com dados do sistema Deter, entre agosto de 2018 e julho de 2019, a área com avisos de desmatamento somou 6.840 quilômetros quadrados

Desmatamento: dados de sistemas de monitoramento têm mostrado o constante aumento das áreas desmatadas no Brasil (Bruno Kelly/Reuters)

Desmatamento: dados de sistemas de monitoramento têm mostrado o constante aumento das áreas desmatadas no Brasil (Bruno Kelly/Reuters)

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Reuters

Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 19h51.

Última atualização em 14 de janeiro de 2020 às 19h51.

A área com avisos de desmatamento na Amazônia Legal saltou 85% em 2019 na comparação com o ano anterior, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Segundo os dados do sistema Deter, que detecta e alerta sobre focos de desmatamento na floresta, a área com avisos de desmatamento no ano passado somou 9.166 quilômetros quadrados, ante 4.946 quilômetros quadrados em 2018.

Os dados do Deter, que diferem do sistema Prodes, também do Inpe e que apura o desmatamento consolidado da Amazônia no período de referência entre agosto de um ano e julho do seguinte, confirmam a tendência recente de elevação do desmatamento da floresta apontado por dados recentes.

De acordo com os dados do Deter, entre agosto de 2018 e julho de 2019, a área com avisos de desmatamento somou 6.840 quilômetros quadrados. De agosto de 2019 até agora, esse número já é de 4.514 quilômetros quadrados, com sete meses ainda pela frente.

Em novembro, o Inpe também divulgou um crescimento de 29,5% no desmatamento da Amazônia nos 12 meses encerrados em julho, chegando a 9.762 quilômetros quadrados, maior nível em mais de uma década.

Neste mês, o Programa Queimadas do Inpe indicou ainda que o número de focos de incêndio na Amazônia cresceu 30,5% em 2019 na comparação com 2018, para 89.178.

O aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia gerou críticas de ambientalistas ao presidente Jair Bolsonaro e a seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Esses críticos apontam um desmonte nos órgãos de fiscalização ambiental e a retórica de Bolsonaro, que defende a liberação da exploração econômica da floresta, como incentivadores de atividades ilegais.

Bolsonaro e Salles chegaram a questionar os dados do Inpe sobre o desmatamento da Amazônia quando eles já indicavam elevação na destruição da floresta, o que levou à demissão em agosto do ano passado do então diretor do instituto, Ricardo Galvão.

Posteriormente, quando os números começaram a mostrar uma elevação nas queimadas, Bolsonaro chegou a apontar organizações não-governamentais como responsáveis pelos focos de incêndio e até mesmo o astro de Hollywood, Leonardo DiCaprio, que é ativista ambiental.

O episódio também gerou uma troca de farpas pública entre o presidente brasileiro e seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que manifestou preocupações com os incêndios florestais.

Em 2019, o Estado da Amazônia Legal com maior área com alertas de desmatamento foi o Pará, com 3.716 quilômetros quadrados, número 120,5% maior que em 2018. Em seguida vieram Mato Grosso, Amazonas, Rondônia, Acre, Roraima, Maranhão, Amapá e Tocantins.

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