Brasil

Araújo: Proximidade com Israel não trará prejuízo comercial com árabes

"Não há nenhum indício de que a nossa aproximação com Israel redunde em perdas comerciais com os países árabes", disse o ministro

Ernesto Araújo: para o ministro do Itamaraty, relação entre países é benéfica (Adriano Machado/Reuters)

Ernesto Araújo: para o ministro do Itamaraty, relação entre países é benéfica (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 8 de abril de 2019 às 19h39.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse nesta segunda-feira (8) que a aproximação do Brasil com Israel não vai trazer prejuízos para os negócios com os países árabes.

Em visita ao país, no final de março, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório de representação comercial em Jerusalém.

"Não há nenhum indício de que a nossa aproximação com Israel redunde em perdas comerciais com os países árabes", enfatizou durante palestra na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Na abertura do evento, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ressaltou a necessidade de pluralidade nos parceiros comerciais do Brasil. "É fundamental um bom relacionamento com os Estados Unidos e com Israel, mas também com os países árabes e o Mercosul", disse.

"Nós temos conversado muito com os países árabes do Oriente Médio. Temos certeza absoluta que o relacionamento profundo com Israel não significa de forma nenhuma um menor relacionamento com esses países", acrescentou o chanceler. Araújo disse que tem mantido conversas em especial com os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.

"Vamos começar um projeto de, através dos Emirados, conseguir mais acesso ao mercado de produtos alimentícios da Índia. Um mercado muito difícil de acessar diretamente", exemplificou sobre os projetos conjuntos que estão sendo estabelecidos com os países da região.

Irã

Segundo o ministro, o Brasil também deve manter boas relações com o Irã. "Nós temos um comércio importante com o Irã, queremos mantê-lo, ampliá-lo", ressaltou. Ele ponderou, no entanto, que o papel do Estado persa é controverso.

"Procurei muito ouvir os países que estão lá, que são vizinhos do Irã, e eles têm uma preocupação enorme com a atuação na região", disse sobre as impressões durante a participação na Conferência Ministerial sobre Oriente Médio, que aconteceu em fevereiro, em Varsóvia, na Polônia.

Nesse contexto, o Brasil deve atuar, na visão de Araújo, de forma a evitar atritos no Oriente Médio. "O Brasil quer contribuir para a paz, para a estabilidade lá. Achamos que a nossa aproximação com os países árabes pode contribuir com isso. Nessa aproximação é importante que nós conheçamos a visão de mundo deles e quais são as preocupações deles", destacou.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseErnesto AraújoGoverno Bolsonaro

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência