Paulo Guedes em Brasília: associações começaram pressão ao Congresso e ao judiciário contra texto da reforma apresentado pelo time econômico (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 06h07.
Última atualização em 22 de fevereiro de 2019 às 07h00.
Concluída a tarefa de apresentar a proposta de reforma da Previdência aos parlamentares, o ministro de Economia, Paulo Guedes, vai poder se dedicar a outras pautas do programa econômico do governo Bolsonaro, tais como a situação atual das estatais e as privatizações. Guedes se reunirá, nesta sexta-feira, 22, com o seu par da pasta de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Também participarão secretários do ministério, o presidente da Agência Nacional de Petróleo, Thiago Barral, e consultores da Fundação Getúlio Vargas.
É provável que durante o encontro a discussão gire em torno dos resultados da Petrobras em 2018, números que serão divulgados ao mercado na quarta-feira que vem, dia 27 de fevereiro. Outra questão que deve ser apresentada é a elevação da nota de risco de crédito intrínseco, passando de bb- para bb, podendo ter uma perspectiva estável. Já a nota total da empresa é de BB-, em linha com a classificação do país, de acordo com relatório da Standard&Poor.
O grupo deve conversar também sobre o Conselho Nacional de Política Energética que aprovou participação da Petrobras na 6ª rodada do pré-sal. A empresa tem interesse em ser operadora, com 30% de participação, nos blocos de Aram, Norte de Brava e Sudoeste de Sagitário. O bônus de assinatura previsto para estes blocos é de 1,85 bilhão de reais.
Enquanto Guedes se dedica às próximas pautas de sua agenda econômica, o governo começa a ter que lidar com as inevitáveis resistências ao projeto da Previdência apresentado. Segundo a Folha, associações de servidores públicos que ganham altos salários ameaçam ir à Justiça contra o aumentoda contribuição previdenciária para até 22%. Argumentam que a alíquota é ilegal, e que quem ganha acima de 39.000 reais tem a carga tributária equivalente a um confisco. Associações de juízes, procuradores e auditores fiscais também prometem ir ao Supremo contra o que chamaram de taxas abusivas. É sabido que o texto amplo apresentado pelo ministro da Economia sofrerá alterações. AS próximas semanas vão mostrar o que sobrará da proposta.