Aposentados na Petrobras: eles criticaram recentes episódios de corrupção envolvendo estatal (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2014 às 19h19.
Rio de Janeiro - Aproximadamente 50 petroleiros aposentados ocuparam hoje (30) o andar térreo da Petrobras, no centro do Rio.
Eles reivindicam a incorporação em suas aposentadorias de benefícios e vantagens concedidos aos funcionários da ativa. Também criticaram os recentes episódios de corrupção envolvendo a estatal.
Os manifestantes tentaram falar com a presidenta da empresa, Graça Foster, mas disseram ter sido barrados com truculência pelos agentes de segurança, que os impediram de acessar os elevadores do prédio.
O presidente da Federação Nacional dos Aposentados e Pensionistas do Sistema Petrobras e Petros (Fenasp), Rodinei Bernabé Hernandes, explicou que o principal motivo do protesto era contra a discriminação que os aposentados estavam sofrendo nos últimos anos em relação aos acordos coletivos.
“Nós, aposentados, em todos os acordos coletivos, temos tido dificuldades em manter o que diz o regulamento do plano de benefícios da Petros [fundo de pensão dos funcionários da Petrobras]. Nós queremos convencer a presidenta Graça Foster, que é funcionária da Petrobras, a ter sensibilidade de petroleira para resolver essa questão conosco”, disse Hernandes.
O presidente da Fenasp explicou que os aposentados – cerca de 48 mil pessoas – têm conseguido vitórias na Justiça do Trabalho, mas de forma individual, o que acaba gerando gastos extras com advogados.
Hernandes demonstrou indignação contra os recentes casos de corrupção na estatal, denunciados pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa.
“Nós, aposentados e pensionistas do sistema Petrobras, não compactuamos com essa situação. Somos totalmente contra e queremos que seja averiguado de fio a pavio. Têm que aparecer os culpados. Não é possível que retirem dinheiro desta empresa, que é orgulho do Brasil. O dinheiro poderia estar melhorando a vida do petroleiro, mas está na mão de ladrões”.
Os manifestantes prometeram acampar dentro da empresa, dormindo em colchonetes, até serem recebidos pela presidência da estatal.
A Petrobras foi procurada, por meio de sua assessoria de imprensa, mas não havia se pronunciado até a publicação desta matéria.