Michel Temer: em Oslo, o presidente insistiu que as instituições brasileiras "funcionam com regularidade extraordinária e liberdade extraordinária" (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de junho de 2017 às 13h32.
Oslo - Depois de cinco dias fora do País, o presidente Michel Temer embarcou nesta sexta-feira, 23, de volta ao Brasil. As 16h40 minutos do horário da Noruega (11h40 de Brasília), Temer e sua delegação decolaram de Oslo e chegam a Brasília neste sábado, 24.
De acordo com o Planalto, reuniões já estão marcadas para o fim de semana. Na pauta, a crise política no País.
O retorno marca o fim de cinco dias afastados da crise doméstica. Em viagem para a Rússia e Noruega, o presidente fez o possível para dar ares de normalidade ao governo, transmitir garantias a investidores estrangeiros e insistir que as instituições no País funcionam de forma independente. Com a imprensa, evitou os temas domésticos.
Ainda assim, ao jornal O Estado de S. Paulo e outro meio de comunicação, ele admitiu pela primeira vez que o País vive "uma crise política evidente".
Antonio Imbassahy, ministro da Secretaria de Governo, garantiu que Temer está "sereno" diante de uma eventual denuncia por parte do Ministério Público.
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), disponibilizou nesta quinta-feira, 22, uma cópia digital dos autos do inquérito aberto contra o presidente Michel Temer para a Procuradoria-Geral da República o que, na prática, abre um prazo de cinco dias para que o órgão apresente a denúncia contra o peemedebista.
O ministro também pediu para que a Polícia Federal remeta o relatório final sobre o caso e a perícia feita da gravação da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, do Grupo J&F. "Vamos esperar e, se sair a denúncia, veremos os autos para tomar as medidas", insistiu Imbassahy.
"As instituições funcionam com regularidade extraordinária e liberdade extraordinária", disse Temer, em Oslo pela manhã. "A democracia é algo plantado formalmente pela Constituição e praticada na realidade", insistiu.
"Não é sem razão que as medidas tomadas são amparadas pela Constituição, prestigiadas e incentivadas pelo governo", afirmou. Com a imprensa, ele evitou responder sobre questões fora da agenda da viagem.