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Após tragédia, futuro do Ninho do Urubu está indefinido

Para a promotora, o Ninho do Urubu deve ser interditado com cessação de atividades

Tragédia: força-tarefa não anunciou se o local será fechado totalmente ou parcialmente (Pilar Olivares/Reuters)

Tragédia: força-tarefa não anunciou se o local será fechado totalmente ou parcialmente (Pilar Olivares/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 16 de fevereiro de 2019 às 14h43.

Uma semana depois da tragédia que matou dez jogadores da categoria de base no centro de treinamento (CT) do Flamengo, a situação do Ninho do Urubu permanece indefinida. Após reunião hoje (15) da força-tarefa, criada para tratar do problema, integrantes dos ministérios Público Estadual e do Trabalho afirmaram que o representante da prefeitura do Rio de Janeiro indicou que o CT deve ser interditado totalmente.

Nesta segunda reunião na semana, após a vistoria feita no CT do Flamengo há três dias, a força-tarefa não anunciou se o local será fechado totalmente ou parcialmente.

O representante da prefeitura na reunião não se manifestou publicadamente. Em nota, a prefeitura informou que a intervenção no Ninho do Urubu é de 2017 e que não há outra medida neste sentido.

"A prefeitura disse que está interditado desde 2017. Tem que se cobrar da prefeitura. Se está interditado e eles não estão cumprindo, qual a providência que a prefeitura vai adotar? O MP vai encaminhar para a Promotoria de Urbanismo, para ver se vão ingressar com alguma ação pedindo o fechamento. O promotor [do Urbanismo] está recebendo isto hoje", disse a promotora Ana Cristina Ruth Macedo, do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Recomendação

Para a promotora Ana Cristina Ruth Macedo, o Ninho do Urubu deve ser interditado com cessação de atividades. "No meu entendimento, sim. Haja vista as respostas fornecidas pela prefeitura. Nós indagamos a prefeitura, por mais de uma vez, durante a reunião, e a prefeitura insiste em dizer que o Ninho do Urubu está interditado."

O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT), Flábio Villela, tem posição semelhante à da promotora. "O que foi falado pelo representante da prefeitura é que estaria interditado. Agora isso aí é uma demanda da prefeitura. Eu posso falar o que o representante da prefeitura disse. Ele disse que está interditado. Maiores esclarecimentos técnicos devem ser feitos com a prefeitura", afirmou.

Outro lado

Pela primeira vez um representante do clube falou formalmente com a imprensa, o vice-presidente jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, concedeu entrevista coletiva. Porém, ele abandonou a entrevista antes do final. Segundo ele, o clube tem como objetivo principal a reparação às vítimas e às famílias das vítimas.

Questionado sobre o porquê do Flamengo não ter acatado a ordem de interdição de 2017 no Ninho do Urubu, definida pela prefeitura. "Posso garantir, não posso falar pela gestão passada, que o Flamengo tem interesse em atender sempre qualquer requisição das autoridades. A gente está tomando conhecimento do principal desta questão agora e eu acho que não seria justo haver uma deliberação imediata", disse Dunshee.

O advogado reiterou a determinação do clube. "Quero esclarecer que eu sou vice-presidente jurídico do Flamengo há 30 dias, antes desse lamentável acidente. Nós estamos tomando conhecimento. O Flamengo vai sentar para deliberar o que fazer ou não fazer."

Análise

Informado pela imprensa que a prefeitura do Rio determinou a interdição do CT, o advogado afirmou que o Flamengo vai se reunir para tratar da questão. Em seguida, levantou-se e deixou o local da entrevista coletiva.

A prefeitura do Rio informou, que o caso está com a Secretaria de Fazenda, a quem cabe fiscalizar e expedir alvarás de funcionamento, podendo, inclusive, requisitar força policial para fazer cumprir uma interdição.

Em meio à controvérsia, o time profissional do Flamengo se apresentou hoje à tarde no Ninho do Urubu, após a eliminação da Taça Guanabara ontem (14) à noite pelo Fluminense, que venceu a partida por 1 a 0.

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