Nos últimos dias, o União Brasil intensificou as cobranças pela demissão de Daniela, que pediu para deixar a sigla. A bancada do partido na Câmara trabalha para manter o controle sobre a pasta, alçando ao posto outro deputado da legenda, Celso Sabino (União-PA).
Após a informação do Palácio do Planalto, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, indicou que, embora a troca não tenha sido oficializada, trata-se de questão de tempo. Ele afirmou ao GLOBO que que o problema envolvendo Daniela Carneiro é de "representação política" e que o governo tentará uma saída que "conforte todo mundo".
"O problema é que a representação política no governo é uma representação de cada partido e outras são indicação de escolha do próprio presidente. A Daniela, está como representante do União Brasil. Houve um rompimento com o União Brasil", afirmou. "Então, não se trata como se fosse qualquer pessoa. É uma pessoa que tem o carinho e o apreço do presidente. Portanto, ele vai tentar encontrar uma saída que dê conforta todo mundo", completou.
Padilha havia sinalizado pela mudança
A campanha pela troca do comando da pasta ganhou tração após uma ofensiva protagonizada pelo prefeito de Belford Roxo, Waguinho, marido de Daniela, para mantê-la no cargo, o que incluiu críticas a dirigentes da legenda e ao parlamentar cotado para substituí-la.
O movimento dele tensionou ainda mais o ambiente com os homens de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A provável troca foi tratada objetivamente ontem pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após uma reunião entre ele e o presidente. O responsável pela articulação política disse que o União Brasil pediu a reavaliação da presença no primeiro escalão.
"O presidente Lula nos pediu para conduzir esse debate com o União Brasil. Governo é igual a um rali. De vez em quando, você tem que trocar um motorista, um pneu. Isso é absolutamente natural", disse Padilha ontem, pontuando que “não está em questão a qualidade de nenhum ministro”.