Setor de supermercados sofre com alta nos preços de alimentos (Germano Luders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às 10h37.
São Paulo – Após registrar resultado recorde em 2010, o varejo brasileiro deve sofrer um leve esfriamento neste ano, prevê o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Fábio Bentes, que participou nesta terça-feira (15) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.
“Com base nas medidas monetárias e fiscais do governo, a gente espera que o comércio tenha um ano um pouco mais fraco que 2010, que foi muito favorável. As nossa projeções apontam para um crescimento de 7,8% (contra 10,9% em 2010), o que não deixa de ser um resultado bom. As vendas do setor de bens duráveis, que subiram 15,7% no ano passado, devem ter expansão em torno de 9% neste ano”, diz Bentes.
A alta dos preços de alimentos atrapalha particularmente os supermercados. “A gente observa que determinados preços, principalmente dos não-duráveis, ou seja, de alimentos, prejudicaram um pouco o desempenho das vendas. É justamente o ramo de supermercados que tem o maior peso no faturamento do comércio varejista. É uma luz amarela, pois houve queda de 0,3% nesse segmento em dezembro ante novembro”, explica o economista.
Fábio Bentes afirma que o mercado de trabalho aquecido é a “âncora de todo esse cenário favorável para o varejo”.
“É através do crédito consignado, que depende da formalização do emprego, que muitas pessoas assumiram dívidas para consumir. Assumiram dívidas em prazos cada vez mais elevados e com taxas mais baixas porque existe uma percepção por parte das instituições financeiras de que essa ampliação do crédito é sustentável.”
Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), o economista da CNC explica se o crescimento das importações ajuda ou atrapalha o comércio brasileiro.