Mulher tenta atravessar fronteira entre Venezuela e Brasil: fronteira tinha sido fechada em fevereiro por decisão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Ricardo Moraes/Reuters)
EFE
Publicado em 12 de maio de 2019 às 13h00.
Brasília - A reabertura da fronteira entre Brasil e Venezuela levou milhares de cidadãos do país vizinho a procurar a cidade de Pacaraima, em Roraima, para comprar remédios e mantimentos ou para solicitar refúgio, informaram neste sábado fontes oficiais brasileiras.
A fronteira tinha sido fechada em fevereiro por decisão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que com essa ordem impediu a passagem da ajuda humanitária que entraria de vários governos, entre eles o do Brasil, que reconhecem Juan Guaidó, chefe da Assembleia Nacional, como o líder "legítimo". A passagem da fronteira foi reaberta ontem, também por decisão de Maduro, que do mesmo modo restabeleceu a comunicação marítima e aérea com a Aruba, mas não com a Colômbia e outros países.
Apesar do bloqueio, o fluxo de venezuelanos em Pacaraima não chegou a ser interrompido. De acordo com cálculos das autoridades brasileiras, muitos entraram por atalhos. Enquanto o fechamento vigorou, aproximadamente, 370 venezuelanos entraram por dia a pé.
De acordo à Polícia Federal, desde ontem pouco mais de mil veículos entraram, a maioria trazendo pessoas para fazer compras em Pacaraima. Também foi retomado o fluxo de caminhões com mercadoria que abastecem principalmente a cidade de Santa Elena de Uairén e outros pequenos municípios da região conhecida como Gran Sabana, no sul da Venezuela.
O presidente Jair Bolsonaro, que mantém firme apoio a Guaidó, avaliou a reabertura da fronteira em uma breve declaração dada ontem aos jornalistas.
"É uma medida inteligente da parte dele", disse ele, em referência a Maduro.
Desde que a entrada de venezuelano começou a aumentar, há quase dois anos, o Brasil recebeu cerca de 70 mil cidadãos do país vizinho. Eles são atendidos pelo programa "Operação Acolhida", que envolve 11 ministérios, possui apoio e engajamento de organizações da sociedade civil e de diversas agências da Organização das Nações Unidas (ONU), e que completou um ano de funcionamento em abril. Além de receber os venezuelanos, essa operação ajuda na incorporação dessas pessoas ao mercado de trabalho e promove a integração delas na sociedade brasileira. EFE