Reitoria da USP: as categorias conseguiram reajuste de 5,2% em duas parcelas (Francisco Emolo/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2014 às 10h02.
São Paulo - Após uma greve de quase quatro meses na Universidade de São Paulo (USP), uma das mais longas da história da instituição, professores e funcionários retomarão as atividades nesta segunda-feira, 22. O funcionamento também volta ao normal hoje na Universidade Estadual Paulista (Unesp).
O cronograma de reposição das classes perdidas na USP, e também na Unesp, será definido em cada unidade. Em algumas, como a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e a Escola Politécnica, as aulas continuaram durante a paralisação.
Já na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), a mais afetada pela greve, a maioria das atividades foi suspensa. A Faculdade de Educação e a Escola de Comunicação e Artes também tiveram o calendário alterado em parte das disciplinas. Nesses casos, o semestre letivo pode estender-se até janeiro e atrasar as férias. Várias notas do primeiro semestre ainda devem ser lançadas no sistema.
Já para os funcionários, a determinação é resolver o serviço acumulado. Pelo acordo firmado entre a reitoria e os grevistas na Justiça do Trabalho, na semana passada, servidores só poderão trabalhar uma hora além do expediente para a reposição.
As categorias conseguiram reajuste de 5,2% em duas parcelas, uma em setembro e outra em dezembro. A reitoria também pagará abono de 28,6% para cobrir as perdas com a inflação desde maio, quando começou a negociação salarial.
A greve foi desencadeada pela proposta dos reitores das estaduais de congelar salários em 2014. A justificativa era a grave crise financeira das instituições, que gastam quase todo o repasse do Estado com a folha de pagamento.
As entidades sindicais agora planejam se mobilizar contra as propostas do reitor Marco Antonio Zago para melhorar a situação financeira. Entre as mais polêmicas estão o plano de demissão voluntária, que prevê aposentadoria antecipada de 1,7 mil funcionários, e a transferência de hospitais universitários para o governo.
Unicamp. Docentes e servidores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)já haviam retomado as atividades antes das outras estaduais. A reitoria decidiu atrasar em um mês o início do segundo semestre, que começou no dia 1º, e as aulas só terminam em 10 de janeiro.