Ocupação: com aval de Alckmin, os tucanos propõem a criação de outra CPI que tenha seu foco ampliado para as 22 cidades que fecharam convênios com a Coaf (Agência Brasil/Rovena Rosa)
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2016 às 17h11.
São Paulo - Quatro dias depois de terminada a ocupação da Assembleia Legislativa de São Paulo por estudantes que cobram uma CPI para investigar as denúncias de desvio de verba na merenda no Estado, a bancada do PSDB na Casa decidiu apoiar a iniciativa.
Com aval do governador Geraldo Alckmin (PSDB), os tucanos propõem, entretanto, a criação da outra Comissão Parlamentar de Inquérito que tenha seu foco ampliado para as 22 cidades que fecharam convênios com a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf).
O pedido original, do PT, era focado apenas na Secretaria de Educação.
A Coaf, que é baseada em Bebedouro, está no centro da "Operação Alba Branca" da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual. O objetivo é investigar contratos entre a cooperativa e órgãos públicos que foram forjados e tiveram os preços dos alimentos adulterados.
"Vamos propor essa CPI e procurar apoio do PT, PCdoB e demais partidos de oposição. O pedido original era restrito a secretaria de Educação de São Paulo, mas a pasta tem convênio com todas as prefeituras. A CPI será maior e mais ampla", diz o deputado Carlão Pigantari, líder do PSDB na Assembleia.
Segundo o deputado tucano Orlando Morando, um dos autores da proposta, o PSDB espera reunir 94 assinaturas para a comissão - ou seja, de todos os deputados estaduais. "Todos os deputados têm interesse em esclarecer os fatos", afirma. A bancada do PT na Casa ainda estuda se aceita ou não a proposta dos tucanos.
A bancada do PT na Assembleia pedirá na tarde desta terça, 10, o afastamento do presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB), que é investigado na Alba Branca.
Ausência
Ex-braço direito do secretário-chefe da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", não compareceu nesta terça-feira à Assembleia, onde iria depor na Comissão de Educação da Casa.
A Polícia investiga se ele operava para a quadrilha da merenda escolar de sua sala no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. "Moita" caiu no grampo da Polícia Civil várias vezes dizendo a interlocutores "tô no Palácio".
O PT tem pesquisas qualitativas nas quais a máfia da merenda começa a ser citada. O partido atribui isso às manifestações, e não ao noticiário.