Joesley: uma operação conjunta da Polícia Federal e do MPF fez buscas na casa de Joesley, em São Paulo
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2017 às 06h59.
Última atualização em 11 de setembro de 2017 às 07h38.
Presos no domingo, o sócio Joesley Batista e o executivo Ricardo Saud serão transferidos no início da tarde desta segunda-feira para a carceragem da Polícia Federal em Brasília. A dupla passou a noite na superintendência da PF em São Paulo, atendendo ao pedido de prisão temporária do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decretada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:
As autoridades usaram o tempo de prisão para apurar supostos crimes que Joesley e Saud “confessaram” em áudio entregue ao Ministério Público Federal (MPF) na semana passada.
Uma operação conjunta da Polícia Federal e do MPF fez buscas na casa de Joesley, em São Paulo.
Os cinco dias de detenção, prorrogáveis por mais cinco, serão de cobrança intensa para Janot. Com mandato até o dia 17 de setembro, o procurador-geral precisa dar uma definição aos questionamento de anulação do acordo de delação dos executivos da J&F com a procuradoria, enquanto resolve uma porção de denúncias que apresentou e ainda apresentará nos próximos dias, entre elas a aguardada segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.
A onda de cobranças ao procurador continua. Nesta segunda-feira, a Folha de S. Paulo publica uma entrevista do ministro da Justiça, Torquato Jardim, em que ele afirma que “a prisão de Joesley Batista e Ricardo Saud “terá consequências graves para a credibilidade do processo”, e lamenta a “falta de preparo” da procuradoria para colher delações.
No domingo, um dos advogados de Joesley e Saud, Antonio Carlos de Almeida Castro, atacou em outra frente. “Não pode o Dr. Janot agir com falta de lealdade e, insinuar que o acordo de delação foi descumprido. Os clientes prestaram declarações e se colocaram sempre à disposição da Justiça”, diz Kakay. “Este é mais um elemento forte que levará a descrença e a falta de credibilidade do instituto da delação”.
Já na semana passada, parlamentares e políticos de PT e PMDB, alvos de denúncias, disseram que o procurador deixará o cargo “desmoralizado” e bateram forte na tecla que delatores são “mentirosos”, baseados nas omissões de crimes da dupla Joesley/Saud.
Em até sete dias, Janot terá que explicar ainda o papel de Marcello Miller nas relações entre o grupo J&F e o MPF. Também nesta segunda-feira, a Polícia Federal faz buscas na casa de Miller, no Rio de Janeiro.