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Após janela partidária, PSDB fica sem vereador em 12 capitais; veja lista

Legenda perdeu todos os seus representantes nas câmaras de seis cidades. Nas demais, onde já não tinha eleitos, não atraiu novos quadros

PSDB: partido fica sem vereador em 12 capitais (Orlando Brito / PSDB/Divulgação)

PSDB: partido fica sem vereador em 12 capitais (Orlando Brito / PSDB/Divulgação)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 8 de abril de 2024 às 07h33.

Dois anos após ter seu pior desempenho eleitoral nas urnas, o PSDB se encaminha para as eleições de outubro com uma debandada de vereadores ao redor do país. Após o fim do prazo para a janela partidária, a legenda ficou sem representantes em 12 das 26 capitais, inclusive nas maiores cidades dos principais colégios eleitorais do país — São Paulo, Rio e Belo Horizonte.

Além dos casos das capitais de São Paulo e Minas Gerais, o PSDB passou a ficar este ano sem qualquer representação em São Luís (MA), Recife (PE), João Pessoa (PB) e Florianópolis (SC). Há saldo negativo de 11 cadeiras nos legislativos municipais das capitais, considerando perdas e ganhos. Em Curitiba (PR), Boa Vista (RR), Aracaju (SE), Maceió (AL) e Vitória (ES), o partido já não tinha vereadores eleitos no pleito anterior, como no caso do Rio, e não conseguiu atrair novos nomes com mandatos.

Há ainda outras capitais, como Fortaleza (CE), em que os tucanos perderam a maior parte dos quadros com mandato. No município cearense, dois dos três eleitos deixaram a sigla: Cláudia Gomes que irá para o PDT e Cônsul do Povo que foi para o PSD, que integra a oposição ao prefeito José Sarto (PDT).

O cenário mais crítico ocorreu em São Paulo, capital do estado que os tucanos geriram por 27 anos consecutivos. Na câmara paulistana, o PSDB ainda exercia grande influência, com oito dos 55 vereadores. Nesta semana, contudo, após a Executiva provisória do partido rechaçar o apoio do PSDB na cidade à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), houve uma debandada. Dos oito vereadores, sete pediram desfiliação.

A exceção é Carlos Bezerra Júnior, que se descompatibilizou da Secretaria Municipal de Assistência Social, e irá retomar o mandato na próxima semana. Por ser aliado de Nunes, a expectativa é que ele também peça desfiliação.

O PSDB ainda avalia se vai lançar candidatura própria à prefeitura da capital ou se apoiará Tabata Amaral, pré-candidata do PSB. Na semana passada, o apresentador José Luiz Datena, cotado para vice de Tabata, se filiou ao partido.

Formação de quadros

Apesar das baixas, o presidente nacional da sigla, Marconi Perillo, defende que a sigla cresceu nos últimos dias. "O PSDB atraiu quadros novos e trouxe de volta alguns quadros importantes em vários estados. A gente cresceu muito em filiações em estados que a gente governa ou já governou. Com exceção de São Paulo, tivemos um crescimento expressivo", afirma.

Em Belo Horizonte, o único representante eleito pelo PSDB, Henrique Braga, tem feito críticas frequentes ao partido. Recém-filiado ao MDB, o parlamentar acusou os tucanos de “chantagem” durante discurso no plenário da Casa Legislativa. Segundo Braga, sua desfiliação ocorreu após um desgaste com o presidente do diretório municipal, o deputado estadual João Leite.

"O PSDB foi muito desonesto comigo. Depois que trocaram a liderança municipal, o novo presidente começou a passar recadinho para mim, como se eu fosse estudante do jardim de infância. Sempre me ameaçando, me chantageando, de que eu não teria legenda", disse Braga.

No Rio, onde a sigla já não tinha vereador, o PSD, do prefeito Eduardo Paes, foi o partido que conseguiu atrair o maior número de mandatários. A bancada passou de oito para 12 vereadores.

Avanço no Centro-Oeste

O partido conquistou adesões nas câmaras do Centro-Oeste. Em Cuiabá, no Mato Grosso, e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o PSDB filiou quatro e cinco novos vereadores, respectivamente — conquistando bancadas de sete representantes em cada um dos municípios. No Mato Grosso do Sul, a relevância da sigla se manteve com a reeleição do governador Eduardo Riedel.

O cientista político Paulo Baía, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), avalia que a falta de quadros pode ser explicada pela perda de representatividade em São Paulo, estado que ancorava a sigla. "O partido perdeu suas lideranças na base que irradiava para os outros lugares. As saídas de Geraldo Alckmin e do ex-governador Márcio França para o PSB, praticamente, mataram o PSDB, que ficou sem atrativo algum."

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