(Marcos Corrêa/PR/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 13h40.
Última atualização em 18 de janeiro de 2021 às 13h55.
Enquanto o Brasil ainda aguarda os 2 milhões de doses da vacina contra a covid-19 vindas da Índia, o presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta manhã o embaixador indiano no Brasil, Suresh K. Reddy, para uma reunião no Palácio do Planalto. Na semana passada, a negativa do governo da Índia em liberar as vacinas negociadas da AstraZeneca/Oxford frustrou os planos do Ministério da Saúde, que contava com os imunizantes para o início da campanha de vacinação no Brasil.
Um avião da Azul deveria buscar as doses e era esperado para retornar ao país até domingo. Contudo, a aeronave que iria ao país asiático buscar o produto nem chegou a decolar e, por isso, o governo federal se apressou para solicitar na sexta, 15, 6 milhões de doses da Coronavac, do Butantan, para começar a campanha de vacinação. Tanto a vacina da AstraZeneca/Oxford quanto a Coronavac tiveram o uso emergencial aprovado ontem pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Nesta manhã, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou a apoiadores que o governo "vai atrás" dos contratos de vacinas que ainda não foram entregues. "A Anvisa aprovou [a vacina], não tem o que discutir mais. Agora, havendo disponibilidade no mercado, a gente vai comprar e vai atrás de contratos que fizemos também que era para ter chegado a vacina aqui", disse.
Pouco depois, ele recebeu o embaixador indiano no Planalto. O compromisso não estava previsto na agenda oficial e ainda não há detalhes sobre a reunião. Na semana passada, Bolsonaro atribuiu a não entrega das vacinas ao início da campanha de vacinação na Índia. Repercutiu mal entre a população indiana a notícia de que vacinas seriam enviadas ao Brasil antes mesmo do começo da campanha de vacinação local.
Com o início da vacinação na Índia no sábado, 16, a previsão é que a carga de imunizantes para o Brasil seja liberada nos próximos dias, mas, por enquanto, não se sabe quando isso deve ocorrer. Na sexta-feira, 15, Bolsonaro chegou a dizer que o cronograma de entrega poderia atrasar "dois, três dias".
"Resolveu-se, não foi decisão nossa, atrasar em um ou dois dias até que o povo comece a ser vacinado lá [na Índia], porque lá também tem as pressões políticas de um lado ou de outro", afirmou na sexta-feira, em entrevista à TV Band. "Daqui a dois, três dias no máximo o nosso avião vai partir e vai trazer esses 2 milhões de doses", disse Bolsonaro.
O avião fretado que estava em Recife, pronto para buscar os imunizantes produzidos pelo laboratório indiano Serum, foi então direcionado para o carregamento de cilindros de oxigênio para ser transportados a Manaus.
A vacinação no Brasil deve começar nesta tarde em todos os estados brasileiros, mas apenas com doses da Coronavac, distribuídas pelo Ministério da Saúde após contrato firmado com o Instituto Butantan.