Bolsonaro: o candidato fez uma live no Facebook na noite desta quinta-feira (Ricardo Moraes/Reuters)
Clara Cerioni
Publicado em 18 de outubro de 2018 às 21h27.
Última atualização em 19 de outubro de 2018 às 14h26.
São Paulo — Depois de vir à tona a notícia do jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (18), o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, negou que tenha pedido financiamento relacionado ao WhatsApp em jantar com empresários.
"Desde o dia 6 de setembro estou fora de combate, fiquei 23 dias dentro de hospital e estou há poucos dias em casa. Não fiz jantar nem almoço com ninguém. Dei apenas cinco saídas", disse Bolsonaro em uma live no Facebook.
Na transmissão, o pesselista disse que quem propaga notícias falsas em redes sociais são os petistas e afirmou que "a mentira é a cara do PT".
O candidato respondeu à reportagem veiculada pela Folha de que empresas que o apoiam estariam pagando pelo serviço de disparo de mensagens pelo WhatsApp a fim de favorecer sua candidatura.
Nesta tarde, os integrantes da campanha do capitão reformado foram à Procuradoria-Geral da República, em Brasília, deram entrevista coletiva no Rio de Janeiro e usaram as redes sociais para contestar a denúncia.
Eles afirmaram que desconhecem o esquema e criticaram o adversário, Fernando Haddad (PT), a quem devem processar.
O presidente do PSL, partido do candidato à Presidência, Gustavo Bebianno afirmou Haddad, se mostrou "desesperado" ao dizer que entrará com medidas judiciais contra a denúncia.
Ele classificou como "piada" e "uma palhaçada" a atitude do petista, que poderá ser seguida pelo candidato derrotado no segundo turno, Ciro Gomes (PDT).
"Isso é sinal do desespero. Estão tentando criar um fato político qualquer. Quem entende de caixa 2, de dinheiro roubado, de assaltar os cofres públicos para fins pessoais e partidários é o PT", disse Bebianno.
Ele acrescentou que também tomará medidas judiciais contra Haddad e Ciro por denúncia caluniosa. "O senhor Haddad, como suposto advogado, deveria saber que denúncia caluniosa é crime e idem para o senhor Ciro Gomes. Ambos responderão pelos seus atos, pelas suas declarações. Se eles estão acusando, vão ter que provar", afirmou.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) afirmou que irá apurar a suspeita de que empresas privadas estejam fazendo doações ilegais para a campanha de Bolsonaro.
Pelo menos dois pedidos de investigação já foram protocolados nesta quinta-feira, na Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE). A expectativa é que outras representações sejam apresentadas diretamente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).