Febre amarela: secretaria não detalhou como será controlada a entrada das pessoas nos parques (James Gatany/Wikimedia Commons)
Agência Brasil
Publicado em 3 de janeiro de 2018 às 13h13.
Os parques estaduais Horto, Cantareira e Ecológico do Tietê, todos na capital paulista, fechados desde outubro em razão da incidência de febre amarela em macacos que vivem nessas áreas, serão reabertos este mês, informou hoje (3) a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Segundo a pasta, os frequentadores deverão seguir as recomendações técnicas, como estar imunizado contra a doença, mas não detalhou como será controlada a entrada das pessoas.
Em nota, a secretaria informou ainda que as estratégias de ampliação da vacinação contra a doença em São Paulo terão andamento com base em critérios epidemiológicos, "com a priorização dos corredores ecológicos alcançando, por exemplo, o Litoral Norte", informou, sem esclarecer de que forma será feita essa priorização.
Segundo a nota, a pasta manterá o monitoramento do território paulista, tanto para casos humanos quanto em macacos. "Esse trabalho é preventivo e contínuo e, a partir dele, a secretaria tem traçado as estratégias de intensificação da vacinação", informa a nota.
Em outubro, o coordenador de Controle de Doenças de São Paulo, infectologista Marcos Boulos, informou que poderia haver o fracionamento da vacina contra febre amarela no estado nos próximos meses, caso a demanda pelo imunizante continuasse muito expressiva.
Questionada sobre o assunto, a assessoria de imprensa da secretaria disse que algumas estratégias ainda estão sendo discutidas e não confirmou se haverá o fracionamento.
Segundo a secretaria, a vacina é indicada para áreas de risco previamente definidas e, nessas regiões com recomendação, a cobertura vacinal é de aproximadamente 80%, nos últimos dez anos.
"É importante deixar claro que o esquema vacinal é composto por dose única, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)", frisa a pasta
A imunização não está indicada para gestantes, mulheres amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (portadores de Lúpus, por exemplo).
Em 2017, houve 24 casos autóctones de febre amarela silvestre confirmados no estado. Dez deles evoluíram para morte nos municípios de Américo Brasiliense, Amparo, Batatais, Monte Alegre do Sul, Santa Lucia, São João da Boa Vista e Itatiba.
Os demais casos autóctones, sem morte, têm como locais de infecção as cidades de Águas da Prata, Campinas, Santa Cruz do Rio Pardo, Tuiti, Mococa/Cassia dos Coqueiros e Jundiaí.
Não há casos de febre amarela urbana no Brasil desde 1942. Em relação às epizootias (morte ou adoecimento de primatas não humanos, como macacos, bugios e outros), ocorreram 2.588, entre julho de 2016 e dezembro de 2017, com a confirmação de positividade em 595 animais por meio de análise laboratorial pelo Instituto Adolfo Lutz, sendo 63% deles na região de Campinas.