Gerente do "Garota da Tijuca" foi preso em flagrante por injúria racial após entregar bananas a três entregadores de bebidas (Reprodução/Facebook)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2015 às 20h21.
São Paulo - Um caso de racismo registrado no restaurante Garota da Tijuca, no Rio de Janeiro, mobilizou mais de 20 mil pessoas em campanhas de boicote ao estabelecimento na internet.
Na última sexta-feira (20), Ascendino Correia Leal, 68, gerente do restaurante foi preso em flagrante por injúria racial após entregar bananas a três entregadores de bebidas, todos negros.
Segundo os entregadores, que não conheciam o gerente, ele afirmou estar prestando uma homenagem a eles pelo Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro.
Os entregadores chamaram a polícia e o gerente foi conduzido à 19ª DP (Tijuca), onde ficou preso até pagar fiança de R$ 800.
"Não que ele tenha que pagar pra sempre, mas acho que dá pra aumentar um pouco essa pena, certo? Por isso, dê uma BANANA ao GAROTA DA TIJUCA. Entre nos outros estabelecimentos, troque o Garota por outro bar nesse dia...vamos fazer o GAROTA DA TIJUCA pagar uma pouco mais do que R$ 800,00, e assim chamar quem sabe a atenção desse e dos demais estabelecimentos", afirma o criador de um dos eventos, que conta com 15 mil pessoas confirmadas e pouco mais de 10 mil adesões.
Chamado "Racismo Indigesto: Boicote o bar racista Garota da Tijuca", o outro evento para a chamar atenção para o caso engajou cerca de 6.000 pessoas, entre interessados e confirmados.
O trio fazia uma entrega no bar quando o gerente entregou as bananas.
"Ele foi em cada um de nós, ofereceu as bananas e disse que era em homenagem ao Dia da Consciência Negra. E ainda completou que 'é uma para cada um que vocês, que são todos da mesma raça'", contou à TV Globo Leonardo Valentim, motorista do caminhão de entrega.
Segundo o delegado Celso Ribeiro, da 19ª DP, os depoimentos indicam que Ascendino acreditou estar fazendo uma brincadeira - "de mau gosto", classificou o delegado.
Outro entregador, William Dias Delfim, afirmou à Polícia Civil que, percebendo ter ofendido o trio, o gerente riu e tentou desfazer o constrangimento.
Mas o motorista Leonardo começou a discutir com Ascendido e chamou a polícia. O gerente pode ser condenado a até três anos de prisão, além de multa.
Na noite desta segunda-feira (23), o Grupo Garota, que administra o bar, informou que o funcionário envolvido no caso foi demitido.
"Pedimos desculpas a nossos clientes e fornecedores por esse fato isolado, certos de que isso não se repetirá."
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