MPL esteve à frente dos protestos em São Paulo em junho de 2013 contra o aumento da passagem (Divulgação/MPL-SP/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de dezembro de 2017 às 17h09.
São Paulo - O Movimento Passe Livre (MPL) anunciou uma manifestação no próximo dia 11 de janeiro para protestar contra o reajuste da tarifa de ônibus, metrô e trens em São Paulo.
Anunciada nesta quinta-feira, 28, pelas gestões do prefeito João Doria (PSDB) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB), a medida vai elevar o preço da passagem de R$ 3,80 para R$ 4,00. O ato deve acontecer em frente ao Teatro Municipal, no centro da capital paulista.
"Na mais pura amizade, João Dória e Geraldo Alckmin novamente deram as mãozinhas e anunciaram MAIS um aumento! Dessa vez, de vinte centavos na nossa já absurda passagem para o começo do próximo ano e ainda junto com o corte de muitas linhas que usamos todos os dias", escreveram os organizadores na página do evento, no Facebook.
O MPL esteve à frente dos protestos em São Paulo em junho de 2013, quando Alckmin e o então prefeito Fernando Haddad (PT) tentaram elevar o preço da tarifa de R$ 3,00 para R$ 3,20.
As manifestações cresceram e se espalharam pelo Brasil, abraçando outras pautas, como a luta contra a corrupção e a má qualidade dos serviços públicos. Pressionados, os dois desistiram do reajuste, que só voltou a ocorrer em janeiro de 2015.
A tarifa unitária do transporte público de São Paulo está congelada desde janeiro do ano passado, após uma ação movida por deputados estaduais do PT.
O aumento foi liberado em definitivo apenas em abril pelo Superior Tribunal de Justiça. Segundo a gestão Doria, o reajuste de 5,26% ficará abaixo da inflação acumulada pelo IPC-Fipe desde janeiro de 2016, que foi de 8,36%.
Caso fosse inteiramente repassada, a tarifa ficaria em R$ 4,12. Já a tarifa da integração entre ônibus, trens e metrô, que recebeu reajuste ainda em 2017, passou de R$ 6,80 para R$ 6,96
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, técnicos das gestões estadual e municipal defenderam reajuste para R$ 4,20 (alta de 10,5%), mas tanto Alckmin quanto Doria rechaçaram a ideia.
Os dois alimentam planos eleitorais para 2018: Alckmin quer se lançar à presidência da República, enquanto Doria tenta se viabilizar como sucessor ao governo do Estado.